Marina Berlusconi é a mais velha dos cinco filhos de Silvio Berlusconi, o bilionário ex-primeiro-ministro italiano que faleceu no último dia 12. Marina tem 56 anos e preside a holding familiar Fininvest, avaliada em €4 bilhões (cerca de R$ 21,1 bilhões), há mais de duas décadas, junto com a então parceira de 33 anos de seu pai, Marta Fascina, que é uma parlamentar do partido de Berlusconi, o Forza Italia.
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Segundo o Financial Times, as duas mulheres eram presenças frequentes nos jantares de negócios e política, que também incluíam o ex-secretário de gabinete Gianni Letta e o amigo de infância Fedele Confalonieri, que preside o grupo de mídia da família, Mediaset, cujo executivo-chefe é Pier Silvio, um dos irmãos de Marina.
Marina já foi descrita por Berlusconi como a mulher que ocupou o lugar de sua mãe Rosa depois de sua morte em 2008. A filha voltou a ser cogitada como sucessora política do pai. De acordo com uma pessoa próxima à família, o ex-primeiro-ministro frequentemente pedia a Marina que se candidatasse ao parlamento para sucedê-lo no comando do partido.
Marta Fascina ascendeu nas fileiras do partido e renovou seus escalões superiores com o apoio de Marina. As duas tiveram papéis importantes ao aconselhar Berlusconi durante tensões políticas com a primeira-ministra Giorgia Meloni. Marina tomou para si a tarefa de restabelecer as relações com Meloni, com quem construiu uma relação de trabalho próxima, segundo pessoas próximas a ambas, diz o Financial Times.
A expectativa é que ela utilize essa nova conexão para garantir o controle duradouro da família sobre o império midiático, televisão, publicações e produção.
Fininvest
Marina e seus quatro irmãos possuem entre 7% e 8% das ações da Fininvest. A holding também controla a editora Mondadori e o banco Banca Mediolanum. Filhos do primeiro casamento de Berlusconi , Marina e Pier Silvio devem herdar metade da participação de 60% de Berlusconi na Fininvest. Os filhos de seu segundo casamento com Veronica Lario - Barbara, Eleonora e Luigi - ficariam com participações iguais nos 30% restantes, afirma o Financial Times.
Essa divisão daria a Marina e Pier Silvio um maior controle sobre os negócios da família, que eles têm administrado há anos. Em comunicado, a Fininvest afirmou que haverá uma “continuidade” absoluta após a morte de seu fundador. Segundo a reportagem, uma pessoa próxima à holding afirmou que o ex-primeiro-ministro falecido tomou cuidado para evitar disputas familiares por dinheiro após sua morte.
O patrimônio de Berlusconi ainda inclui propriedades em todo o mundo, segundo o jornal, como iates, o time de futebol Monza e outros ativos no valor adicional de €2 bilhões (cerca de R$ 10,5 bilhões), que também serão divididos entre seus filhos e, se incluída no testamento, Fascina, com quem ele não era legalmente casado./Com informações do Financial Times
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