A França terá um financiamento da União Europeia de € 120 milhões (cerca de R$ 730 milhões) para desativar uma parte dos seus vinhedos, à medida que a demanda global por vinho diminui. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura francês na última sexta-feira, 4.
O bloco aprovou o financiamento para a remoção de videiras a uma taxa de € 4 mil por hectare, segundo comunicado do ministério. Segundo informações do Euronews, aqueles que aceitarem as ofertas não poderão replantar videiras na mesma terra até pelo menos 2029. O veículo afirma que o plano desativará 30 mil hectares dos 800 mil hectares de vinhedos do país - ou seja, 3,75% do total - e que provavelmente haverá outros planos do ministério ao longo do tempo para desativar até 100 mil hectares.
“A situação no setor vitivinícola é realmente preocupante, com uma queda acentuada na previsão de colheita devido às mudanças climáticas, mas também pela diminuição do consumo de vinho e uma concorrência muito acirrada”, disse a pasta em nota.
O Euronews aponta que o consumo de vinho na França caiu 70% nos últimos 60 anos, de acordo com o Observatório Francês de Drogas e Dependência Química (OFDT): o cidadão francês médio bebia 120 litros de vinho por ano na década de 1960 e agora bebe 40 litros. O veículo também afirma que as vendas de vinho tinto caíram 15% nos últimos três anos. Entre os motivos para essa queda estão um menor interesse dos jovens por vinho e uma rejeição mais ampla ao consumo de álcool por menores de 34 anos.
A França foi a maior exportadora de vinho do mundo em 2023, com 48 milhões de hectolitros, diz o Euronews, mas os números de exportação caíram 10% em relação ao ano anterior e a Itália deve recuperar o título de maior exportadora neste ano.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.