PARIS E MADRI - O acordo para um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, anunciado nesta sexta-feira, 6, em Montevidéu, continua sendo “inaceitável” em seu estado atual, informou a presidência da França. “A Comissão concluiu suas negociações com o Mercosul, que é de sua responsabilidade, mas o acordo não foi assinado nem ratificado. Portanto, este não é o fim da história. O acordo com o Mercosul não entrou em vigor.”
A França tem sido o maior obstáculo ao fechamento do acordo, principalmente por conta da pressão dos agricultores do país, que temem a perda de mercado com a chegada dos produtos do Mercosul a preços mais competitivos. O país sozinho, porém, não teria força suficiente para barrar o acordo no Parlamento Europeu - para isso, são necessários os votos de países com o equivalentes a 35% da população do bloco.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, por sua vez, saudou a conclusão das negociações. “Hoje, a União Europeia conseguiu concluir um acordo histórico com o Mercosul para construir uma ponte econômica sem precedentes entre a Europa e a América Latina”, postou Sánchez na rede social X. “A Espanha trabalhará para que esse acordo seja aprovado por maioria no Conselho (Europeu). Porque a abertura do comércio com nossos países irmãos na América Latina nos tornará mais prósperos e mais fortes”, acrescentou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai anunciaram na sexta-feira em Montevidéu que as negociações para um acordo de livre comércio entre os blocos europeu e latino-americano foram concluídas. Mas o pacto precisa do sinal verde de pelo menos 15 dos 27 membros da UE. A Espanha é um dos países que mais tem apoiado a iniciativa, em face da forte oposição da França e de outros países, como a Polônia.