RIO - Os trabalhadores da Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária da Petrobrás, aprovaram em assembleia na quarta, 4, aceitar o fechamento da unidade localizada no Paraná, depois que a estatal concordou em oferecer um pacote de benefícios para evitar uma nova greve da categoria em acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Os benefícios foram acordados com o TST após a categoria realizar uma paralisação de 1.º a 17 de fevereiro, o que obrigou a companhia a contratar terceirizados e manter equipes de contingência por 24 horas em algumas unidades. Segundo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, mesmo com a greve não houve queda na produção de petróleo.
Com a decisão dos petroleiros, a Ansa será fechada e 396 trabalhadores serão demitidos e receberão benefícios além dos garantidos por lei.
O fechamento da Ansa faz parte do plano da Petrobrás de abandonar o setor de fertilizantes, focando na exploração e produção de petróleo em águas profundas do pré-sal, conforme opção da atual gestão.
Para os que concordarem com a quitação total do contrato de trabalho será pago 40% da remuneração por ano trabalhado, com garantia de valor mínimo de R$ 110 mil e máximo de R$ 490 mil, entre outras vantagens. Para os que não incluírem a quitação total na rescisão, o benefício se limita ao pagamento de R$ 80 mil a R$ 210 mil.
Todos terão direito à manutenção do plano de saúde por dois anos, cursos de aperfeiçoamento profissional visando à realocação, assistência social e psicológica, entre outras.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), se o acordo não fosse aprovado, a Petrobrás seguiria com o cronograma acelerado das demissões, que motivou a greve, além de punições por parte da empresa como justa causa aos 23 trabalhadores que deixaram a Ansa em apoio ao movimento grevista.
“Infelizmente, esta foi uma assembleia muito triste para nossa categoria e para os petroquímicos. Não foi uma decisão que expressou a vontade da maioria. Viemos com proposta pronta do TST e não foi sob o crivo da negociação: foi sob o crivo da ameaça. Nosso próximo passo é orientar os trabalhadores e também cobrar da empresa a proposta de auxiliar na recolocação”, analisou o dirigente jurídico do Sindiquímica-PR, Reginaldo Lopes.
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