BRASÍLIA– O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o Fundo Clima, administrado pelo BNDES, terá um acréscimo de R$ 620 milhões no segundo semestre. Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Mercadante classificou o fundo como um dos principais instrumentos que o governo terá à disposição para financiar as ações de transformação ecológica, cujo programa vem sendo gestado pelo Ministério da Fazenda.
“É um fundo com imenso potencial para captar recursos no exterior que possam alavancar capacidade de financiamento de investimento no desenvolvimento, especialmente no programa de transformação ecológica que a Fazenda coordena, e que estamos trabalhando junto, para projetos de ônibus elétrico, hidrogênio verde, energias eólica, solar, etanol. E esse fundo vai abrir novo horizonte para a transformação ambiental”, disse o presidente do BNDES. Segundo ele, hoje o fundo tem cerca de R$ 7 bilhões em ativos.
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“Além daquilo que já está [lá], é o que podemos captar externamente, emitindo bonds (títulos) verdes no mercado internacional e trazendo esse recurso para financiar a transição ecológica”, afirmou.
Mercadante apontou que o País vem indicando forte necessidade de financiamento para investimentos, e que mesmo o aumento de operações pelo BNDES neste ano não dá conta da demanda. Por isso, destacou a necessidade de novos instrumentos para financiar os setores, como da indústria.
“Tem pressão forte por investimentos, há uma grande motivação para investimento nesse novo ambiente, há expectativa de queda da taxa de juros e de novos instrumentos de financiamentos que acelerem investimentos. Já financiamos mais exportações neste semestre do que todo ano passado. Aumentamos 56% financiamento a micro, pequena e média empresa. Há um esforço grande do BNDES, precisamos de novos instrumentos”, disse Mercadante, citando a nova política industrial, o novo PAC e o programa de transformação ecológica como os três pilares da nova perspectiva de investimentos no Brasil.
“E vamos ter a TR (taxa referencial) num futuro próximo no BNDES, taxa de até 2% ao ano, para estimular inovação e digitalização, e isso deve contribuir para acelerar os investimentos na indústria”, observou.
Mercadante disse ainda que mostrou a Haddad a carteira de projetos do banco, que classificou como “muito forte”. “Trouxemos um pouco a nossa carteira de projetos, que está muito forte. Tivemos crescimento de 207% em novos projetos que deram ingresso no BNDES. E, neste ano, a perspectiva é financiar R$ 50 bilhões, o dobro do ano passado”, afirmou o presidente do BNDES.
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