Ao se reunir com sindicalistas de nove entidades internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o G-20 tem de se transformar em um foro também político e não apenas econômico. Na conversa, Lula manifestou preocupação com o desemprego e defendeu a manutenção dos benefícios já alcançados pelos trabalhadores, apesar da crise. Ele condenou as medidas que começam a ser adotadas por empresas de todo o mundo e que, em alguns casos, estão reduzindo vantagens dos trabalhadores e dando início às primeiras movimentações nas indústrias em direção a demissões e cortes. "Não adianta cortar salários e os benefícios dos trabalhadores porque isso só reduz o dinheiro circulante. Temos é de construir soluções para que o dinheiro volte a circular", comentou o presidente na audiência, conforme relato de um dos presentes, o representante da CUT, Wagner de Moraes. Na conversa, Lula insistiu que é preciso reformar organismos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) que passaram o tempo todo "tomando conta" dos países em desenvolvimento e se esqueceram dos países ricos, responsáveis pela crise mundial. A necessidade de reforma das instituições financeiras, adoção de medidas conjuntas e rápidas voltará a ser defendida amanhã, por Lula, na duas rápidas intervenções que fará na reunião do G-20 em Washington.
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