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Galípolo: ‘Quando sai ata do Copom, começa na Faria Lima campeonato de interpretação de texto’

Aprovado em comissão para o cargo de diretor de Política Monetária, ele diz que o Banco Central já está preocupado em aumentar a transparência e clareza de sua comunicação

Foto do author Thaís Barcellos
Foto do author Célia Froufe
Atualização:

BRASÍLIA – Aprovado em comissão do Senado para se tornar o novo diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo afirmou nesta terça-feira, 4, que a comunicação do Banco Central tem uma “linguagem própria”, que provoca um verdadeiro “campeonato” de interpretação de texto quando são publicados os documentos formais.

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“A cada vez que sai a ata do Copom, na Faria Lima, se inicia campeonato mundial de interpretação de texto, sobre o que cada vírgula quer dizer”, disse, completando que o BC já está preocupado em aumentar a transparência e clareza de sua comunicação. As declarações foram dadas em sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).

Galípolo também disse que não se sente como “preposto” do governo na diretoria do BC, uma vez que vem sendo recebido muito bem pelo corpo técnico e pela alta cúpula do órgão. “Realmente espero que a indicação do presidente e de vocês venha da capacidade técnica de desempenhar o papel e ajudar na interlocução.”

Aprovado como novo diretor de Política Monetária, ele diz que o Banco Central já está preocupado em aumentar a transparência e clareza de sua comunicação Foto: Felipe Rau/Estadão

O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda ainda disse que não podia concordar mais com uma citação feita pelo líder do governo, Jaques Wagner, sobre “falsas dicotomias”, como a relação entre público e privado ou Estado e mercado. “Países que têm sucesso, têm pragmatismo. Há simbiose em fazer junto”, defendeu, acrescentando ser importante não ter dogmas.

Juros

Ele disse que o mercado financeiro avalia positivamente o esforço feito até aqui pelas autoridades competentes e que permite os juros cederem ao longo do tempo.

Galípolo lembrou que até o início do Plano Real, em 1994, toda a literatura econômica brasileira basicamente era sobre a inflação. “Desde então, a discussão migrou para os juros altos. Não é questão de agora, é estruturalmente alto”, defendeu.

Ele comentou sobre o papel das expectativas dos agentes financeiros sobre a taxa e comparou essa atuação a um concurso de beleza, dizendo que, se há a intenção de se adiantar quem vai vencer, é preciso analisar quem seria o candidato ou candidata com maior potencial de ser avaliado como belo ou bela pela audiência, sem levar em consideração sua opinião pessoal. “O canal da expectativa passa um pouco por isso (concurso de beleza)”, disse.

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