Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, os idosos são as maiores vítimas de violações contra direitos patrimoniais: dos mais de 74,2 mil casos registrados pela pasta, 43,6 mil afetaram pessoas dessa faixa etária. Os números são de denúncias feitas pelo Disque 100 e pelo aplicativo do ministério neste ano de 2024. Eles trazem o acumulado até o dia 8 deste mês, os dados mais recentes divulgados.
Também chamado de Disque Direitos Humanos, o Disque 100 é um serviço nacional criado em 2019 para receber denúncias de violações de direitos humanos. Além de receber as denúncias, o serviço também orienta sobre os direitos e serviços de atendimento.
Um caso recente que chamou a atenção foi o de uma aposentada de Caraguatatuba, litoral de São Paulo, que enviou R$ 200 mil para uma pessoa que ela achava ser o ator e ex-governador da Califórnia, nos Estados Unidos, Arnold Schwarzenegger. Ela chegou a vender a casa própria, carro e a fazer empréstimos bancários por acreditar que estaria ajudando o ator verdadeiro.
O grande número de golpes contra idosos levou o ministério a publicar uma cartilha, em julho deste ano, listando quais são os 15 golpes mais recorrentes contra esse público. O Estatuto da Pessoa Idosa indica que o ato de receber ou desviar bens, dinheiro ou benefícios daqueles com 60 anos ou mais pode levar à prisão. Veja a seguir os 15 tipos de golpes mais comuns contra os idosos, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
- Bilhete premiado: criminoso alega ter bilhete de loteria premiado e pede dinheiro para liberá-lo;
- Boleto falso: boletos falsos são enviados baseados nos interesses da vítima;
- Cartão retido: armadilha em caixas eletrônicos para capturar cartões e dados;
- Consignado: ofertas enganosas de empréstimos e cartões por telefone;
- Falso namorado: golpista finge relacionamento amoroso online para pedir dinheiro;
- Falso sequestro: chamadas simulando sequestro de familiar para extorquir dinheiro;
- Falsa central de atendimento: golpistas fingem ser de instituições financeiras para coletar dados;
- Maquininha: maquininhas de cartão são usadas para cobrar valores indevidos sem que a vítima perceba;
- Motoboy: golpistas fingem necessidade de cancelar cartão clonado e enviam falsos motoboys para coletar cartões;
- Parente com carro quebrado: criminoso pede dinheiro fingindo ser parente em apuros;
- Processo judicial: é feito por meio da falsa notificação de ganho judicial para solicitar pagamento de taxas;
- Saidinha de banco: golpistas oferecem ajuda em caixas eletrônicos para roubar dados das vítimas;
- Site falso: são criados sites de vendas falsos para enganar os consumidores;
- Troca de cartão: é feito geralmente em saída de agências bancárias, quando golpistas abordam vítimas para trocar cartões;
- WhatsApp clonado: golpistas pedem dados sob pretexto de atualização de cadastro para clonar WhatsApp.
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Dicas de segurança
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que as fraudes e golpes financeiros mudam a todo tempo, e a melhor forma de prevenção é se manter informado. A instituição mantém um site específico para informar sobre os principais golpes, tais como os golpes do falso boleto, falsa central de atendimento, golpe de delibery com maquininha quebrada, entre outros, e como evitá-los. Eles podem ser consultados em https://antifraudes.febraban.org.br .
Confira abaixo as dez dicas básicas para não ser vítima de golpes.
- Não compartilhe suas senhas com ninguém e evite usar dados pessoais ou sequências óbvias;
- Nunca entregue seu cartão a ninguém, nem mesmo se solicitado pelo banco;
- Verifique sempre o nome e o valor no cartão após uma compra;
- Ative a autenticação de dois fatores em todas as contas online que oferecem essa opção;
- Use um outro aparelho para ligar para o banco se solicitado, evitando que golpistas “prendam” sua linha;
- Não clique em links desconhecidos ou promoções suspeitas em e-mails;
- Prefira sites conhecidos para compras online e utilize o cartão virtual;
- Confira o nome do recebedor ao pagar boletos, realizar transferências ou Pix;
- Não fotografe ou filme a tela do caixa eletrônico, e peça ajuda apenas a funcionários identificados;
- Tenha cuidado com o que compartilha nas redes sociais para evitar fornecer informações a golpistas.
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