C&A, Farm, Riachuelo e Pernambucanas promovem festival para incentivar moda sustentável

‘Festival Colabora’ prevê suporte financeiro para marcas de zonas periféricas e programação com palestras sobre sustentabilidade, diversidade e regeneração na indústria da moda

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Foto do author Shagaly Ferreira

As empresas C&A, Farm, Riachuelo e Pernambucanas, concorrentes no varejo brasileiro, irão se unir em prol de uma iniciativa comum no tema da sustentabilidade. Com o objetivo de impulsionar uma indústria da moda mais regenerativa, as empresas promoverão o Festival Colabora Moda Sustentável. O evento busca conscientizar os consumidores e incentivar a produção de marcas oriundas de comunidades periféricas.

De acordo com os organizadores, o projeto é composto por três etapas que ocorrerão entre março e julho deste ano. Elas envolvem desde uma chamada pública para apoio à produção de pequenos criadores até a realização de um festival gratuito com palestras e programação musical, em São Paulo.

Concorrentes varejistas irão promover festival de moda sustentável em São Paulo Foto: Adobe Stock

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Para o gestor do projeto, Gustavo Narciso, que é diretor-executivo do Instituto C&A, a junção das marcas concorrentes em torno de uma iniciativa unificada se deu pela percepção das lideranças de que os problemas relacionados à sustentabilidade no setor são semelhantes. Logo, ações colaborativas são as mais adequadas para alcançar a robustez que o segmento precisa.

“Temos os mesmos problemas em relação à manufatura, ao descarte de tecidos. Para as resoluções ganharem escala é preciso colaboração. A conciliação das marcas vem de um amadurecimento em ESG das quatro companhias, e a saída é conjunta. Os desafios são comuns e as soluções também devem ser buscadas desta forma”, diz o executivo.

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Além de promover a colaboração entre as empresas, o ‘Festival Colabora’ tem objetivos de estreitar o diálogo com o público para além do ambiente corporativo, explica Narciso.

Gustavo Narciso é membro do Conselho Moda Sustentável e diretor executivo do Instituto C&A Foto: C&A/Divulgação

“Estamos construindo um ‘furador de bolha’. Entendemos que a comunicação sobre sustentabilidade na moda ainda está muito afastada do público consumidor e do formador de opinião do segmento. Então, começaremos o debate pelas periferias de São Paulo, para que os criadores de moda dessas regiões topem construir coleções com a gente.”

Etapas do festival

A primeira etapa do ‘Festival Colabora’ terá início nesta quinta-feira, 20, com uma chamada pública aberta até 5 de abril para a seleção de quatro criadores de moda autoral de regiões periféricas de São Paulo. Segundo Narciso, os selecionados receberão suporte financeiro, material para a produção e mentoria com estilistas para desenvolvimento de peças de forma sustentável. As coleções serão exibidas em desfiles nas comunidades dos criadores selecionados, durante o ‘Esquenta Colabora’.

Na segunda fase, em maio, ocorrerá o ‘Colabora Investe’, no qual as varejistas participantes promoverão uma rodada de investimento para que pesquisadores, empreendedores e lideranças socioambientais apresentem soluções para os desafios ambientais e sociais do setor.

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Festival irá selecionar criadores de marcas da periferia para suporte à criação sustentável Foto: Adobe Stock

Nessa etapa, as dez melhores propostas passarão por uma banca de avaliação multidisciplinar, para receber o aporte mínimo de R$ 40 mil que deve ajudar na materialidade das soluções vencedoras.

Por último, as coleções desenvolvidas na primeira etapa do projeto serão exibidas durante a programação final do festival, prevista para os dias 17 e 18 de julho, na capital paulista. O evento deve contar com 24 horas de atividades, com palestras sobre sustentabilidade, diversidade e regeneração na indústria da moda, além de desfiles e shows com nomes como Karol Conká e Clarissa Müller. O público esperado é de 15 mil pessoas.

Legado em sustentabilidade

Com a primeira edição do projeto ocorrendo no mesmo ano de realização da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30) no Brasil, Narciso acredita que iniciativas como a do festival podem mostrar as possibilidades que a moda tem para deixar legados sustentáveis para o País, envolvendo toda a cadeia de valor de indústria e consumo.

“Quanto mais as discussões se espalham, mais o consumidor toma consciência dos compromissos de sustentabilidade das empresas, cobra mais de nós e influencia uma cadeia de valor. A responsabilidade está nas nossas mãos, como varejistas, mas, quando temos a pressão do consumidor, isso ajuda a movimentar outros stakeholders (partes interessadas), como investidores e acionistas, e isso gera um impacto imensurável.”

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