Consultoria lança mapeamento de caminhos ESG para empresas

Ao lado do Instituto de Cidadania Empresarial, Quintessa identifica nove caminhos para impacto positivo e organizações que podem ajudar

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Foto do author Luis Filipe Santos

A consultoria Quintessa, que implementa programas de inovação aberta e impacto positivo, lançou um mapeamento de possíveis caminhos ESG para ajudar as companhias em sua jornada para aderir à pauta, que pede ação em questões ambientais, sociais e de governança. A publicação também aponta empresas capazes de ajudar com expertise em cada caminho para os interessados. O trabalho foi realizado em parceria com o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e com apoio de outras organizações, como o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o Sistema B, o Climate Ventures e o Instituto Pares. Nove caminhos foram encontrados:

  • implementação de iniciativas e práticas, ou seja, a criação de estratégias, definição de metas e estruturação de áreas internas voltadas à ação ESG;
  • desenvolvimento humano e de cultura organizacional - formação de lideranças e colaboradores, implementação de programas e contratação de pessoas com expertise;
  • inclusão de impacto positivo na atividade principal - rever o modelo de negócios e os produtos ou serviços oferecidos para que estejam de acordo com o ESG;
  • inovação aberta com negócios de impacto - identificar agendas estratégicas da empresa que estejam de acordo com a jornada e buscar parcerias;
  • mensuração, reporte e certificação das atividades desenvolvidas;
  • atuação em rede com outras organizações e engajamento em pactos ou serviços públicos;
  • acesso a capital - buscar apoio em veículos financeiros, editais com suporte financeiro ou através da filantropia, própria, externa ou de cadeias de valor;
  • estratégia de iniciativas e práticas internas, como as de sustentabilidade, diversidade, intraempreedendorismo e investimento social privado;
  • comunicação e engajamento, com a divulgação das ações e engajamento do público interessado.
Célia Cruz, diretora-executiva do Instituto de Cidadania Empresarial Foto: Divulgação Foto: FERNANDO GENARO

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Após a identificação dos caminhos, foram enviados convites para 80 empresas demonstrarem seus trabalhos na área e serem “indicadas” aos interessados em iniciar a jornada. Destas, 44 foram aprovadas e estão categorizadas em cada um dos nove, de acordo com suas especialidades. Uma mesma organização pode aparecer em mais de um caminho, o que se repete em 64% dos casos. O trabalho foi desenvolvido a partir de fevereiro deste ano, e a publicação foi realizada em outubro. As informações foram publicadas online, e você pode conferir aqui.

Os critérios para a aprovação foram de que as empresas fossem focadas no impacto positivo, com serviços recorrentes ou com perspectiva de continuidade, e oferecidos a médias e grandes empresas. Elas também deviam ter no mínimo três anos de experiência, três cases de sucesso e cinco colaboradores. Entre as que passaram no crivo, 82% são de pequeno e médio porte, com até 49 funcionários; a grande maioria já foi fundada pensando no impacto positivo (86%) e tem experiência, com presença no mercado há mais de cinco anos (77%).

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Conexões

De acordo com Célia Cruz, diretora-executiva do ICE, o ponto de partida foi pensar em recomendações de como poderiam conectar as soluções com empresas. “O mundo das grandes empresas precisava de parceiros que já entendiam e podiam auxiliar, não a mitigar impacto negativo, mas a trilhar um caminho positivo”, explica. “Vamos conectar todo mundo.”

Os contatos com as organizações também teriam tido um papel, ao perceber que elas precisavam de informações e orientação sobre quais eram os caminhos possíveis e como formular metas, para a partir daí buscar os potenciais parceiros que auxiliem na jornada ESG. “Dessa forma, também trazemos transparência, permitindo que as conexões ocorram de forma mais ampla”, resume Anna Aranha, sócia-diretora da Quintessa.

Um ponto importante é que cada empresa pode escolher vários caminhos. A partir de seu modelo de negócios, uma estratégia deve ser criada e levar ao impacto positivo social e ambiental, com acompanhamento através da governança. “Não tem bala de prata, não tem um único caminho, são várias portas de entrada possíveis, que se complementam. As empresas podem começar a trajetória em rede, com o apoio de outras”, avalia a sócia da Quintessa.

Ao mesmo tempo, o retorno financeiro pode ser preservado, já que a jornada ESG pode ser uma lente para novos negócios e oportunidades, e também para evitar riscos. Pode significar ainda o acesso a capital de forma mais barata, pois alguns bancos oferecem juros menores para organizações com impactos positivos. “Não dá para dizer em absoluto que todos vão ter retorno financeiro positivo no curto prazo, mas sim que há uma visão de negócios”, cita Aranha.

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Entre os desafios citados na pesquisa para começar a caminhada pelo impacto positivo, estão o engajamento da alta liderança das companhias, a falta de conhecimento e conscientização sobre a integração entre impacto e geração de resultados, a cultura das empresas e outras dificuldades relacionadas ao porte.

A edição recém-publicada foi a primeira, e novas virão, indicando mais organizações com expertise na geração de impacto positivo para os novatos. Cruz relata que já recebeu ligações de representantes. “Alguns me perguntaram porque não estavam nessa edição. Mas, se cumprirem os critérios, certamente estarão nas próximas”, projeta. Ainda não há uma data para a publicação da segunda edição.

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