Em um cenário de crescente necessidade de adoção de práticas sustentáveis nos negócios, 8 em cada 10 empresas brasileiras informam serem adeptas do controle do consumo de energia e da separação de lixo para coleta seletiva. Os dados são de uma pesquisa feita em março pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o Sebrae, antecipada com exclusividade para o Estadão/Broadcast.
“Medidas como o controle do consumo de água, energia e papel, o uso de energias alternativas (como a energia solar), a coleta seletiva de lixo, a destinação adequada de resíduos tóxicos, e a reciclagem e reutilização de materiais, demonstram a capacidade de empresas em alcançar eficiência operacional e gerar novas fontes de receita para os negócios”, justificou o estudo, assinado pelos pesquisadores Marco Aurélio Bede, analista da Unidade de Gestão Estratégica e Inteligência do Sebrae, e Anna Carolina Gouveia e Aloisio Campelo Junior, do Ibre/FGV.
O controle do consumo de energia é a ação de sustentabilidade mais difundida no meio empresarial, adotada por 81,7% das empresas do País. A prática é a mais recorrente entre todos os portes empresariais: adotada em 89% das médias e grandes empresas; 70% das micro e pequenas empresas; e 75% dos microempreendedores individuais (MEIs).
“Isso se deve, principalmente, à alta dependência de energia elétrica nos processos produtivos, que vai desde grandes usinas siderúrgicas a artesãos que queimam madeira com eletricidade; e ao custo significativo deste insumo para as empresas”, apontam os pesquisadores.
Quanto à separação de lixo para coleta seletiva, 79,2% das empresas adotam a prática: 87% das médias e grandes empresas; 67% das micro e pequenas empresas; e 64% dos MEIs.
O controle de consumo de papel ocorria em 77,9% das empresas brasileiras: 85% das médias e grandes; 65% das micro e pequenas; e 60% dos MEIs.
O controle de consumo de água era adotado por 77% das empresas brasileiras: 85% das médias e grandes; 64% das micro e pequenas; e 67% dos MEIs.
Leia também
“As ações de sustentabilidade adotadas por menos de 70% das empresas brasileiras tendem a evidenciar uma maior diferença entre médias e grandes empresas e os pequenos negócios (MPEs e MEIs), em parte explicada pelas especificidades de cada atividade”, aponta o levantamento.
A destinação adequada de resíduos tóxicos era adotada por 60,4% das empresas brasileiras: 69% das médias e grandes; 48% das micro e pequenas; e 32% dos MEIs.
A reciclagem adequada de pilhas, baterias e pneus ocorria em 54,6% das empresas brasileiras: 65% das médias e grandes; 38% das micro e pequenas; e 29% dos MEIs.
O uso de matéria-prima ou material reciclável no processo produtivo era feito em 45,4% das companhias: 56% das médias e grandes; 31% das micro e pequenas; e 35% dos MEIs.
A coleta de água da chuva e/ou reutilização de água era praticada por 38,6% das companhias; e o uso de energia solar, por 34,6% das empresas.
“A comparação destes resultados com os de uma pesquisa realizada dois anos atrás pelo Sebrae sugere que todas essas práticas sustentáveis vêm se expandindo entre as MPEs e MEIs brasileiros. Conclui-se que a sustentabilidade ambiental está cada vez mais integrada às estratégias empresariais, demonstrando um compromisso crescente das empresas de todos os portes com a preservação ambiental. As ações de sustentabilidade não apenas favorecem a sobrevivência dos negócios, mas também desempenham um papel central na criação de valor e na mitigação dos impactos ambientais”, concluiu o estudo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.