Brasileiros são destaque global em preferência por marcas sustentáveis nas compras do final de ano

Mapeamento que envolveu países como China, França e Canadá mostra que seis em cada 10 consumidores no Brasil mostram intenção de comprar produtos alinhados à agenda ESG para as festividades do período

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Foto do author Shagaly Ferreira

Além de preços competitivos, os consumidores que moram no Brasil estão considerando critérios de sustentabilidade para definir suas escolhas durante as compras para as festas de final de ano. É o que mostra o mapeamento Future Consumer Index, publicado recentemente pela consultoria internacional EY. O comportamento dos brasileiros aparece como destaque global, com 60% dos entrevistados sinalizando a intenção de comprar mais de marcas sustentáveis, frente a uma média global de 51%.

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Globalmente, os números maiores de intenção de compras mais sustentáveis são escalados pelo público da Geração Z, que apresenta 13 pontos porcentuais a mais de interesse por produtos alinhados aos pilares ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) na comparação com pessoas com mais idade.

Além dos itens orgânicos, há predileção desse consumidor pelos presentes de segunda mão. O fenômeno é explicado pelo estudo como um comportamento de consumo que está mais próximo dos valores dessa geração.

Estudo aponta maior intenção de compra de produtos sustentáveis por brasileiros Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ainda segundo o documento, 51% dos brasileiros entrevistados, sem considerar o recorte etário, planejam comprar mais itens orgânicos, superando a média global, que é de 42%.

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As localidades mapeadas para compor o índice global foram Argentina, Austrália, Áustria, Canadá, China, França, Alemanha e mais 11 países. O mapeamento considerou 13 mil consumidores entrevistados, entre os dias 24 de setembro e 7 de outubro deste ano.

Para a diretora de Consumo e Varejo da EY Brasil, Mariana Romani, a explicação para o destaque do Brasil na predileção por produtos sustentáveis está relacionado a uma conexão cultural mais forte da população com a natureza, dada as características geográficas do País.

Ela pondera que, apesar dessa conexão, a sensibilidade ao preço ainda é uma barreira entre a intenção de compra e a venda efetiva de produtos mais sustentáveis.

“Produtos com apelo natural sempre tiveram destaque no país”, diz Romani. “Entretanto, um ponto muito relevante é que a intenção de consumo não necessariamente é convertida na venda.”

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A ressalva da especialista é ilustrada pelos números do próprio levantamento, nos quais 85% dos brasileiros afirmaram que buscam ativamente por promoções para garantir as melhores ofertas no final do ano e 64% compram apenas itens que estiverem em seu orçamento.

“Até mesmo por aspectos socioeconômicos, o consumidor é muito sensível a preço, e quando há uma diferença de preço relevante sendo o sustentável mais caro é usual que o consumidor efetue uma compra alternativa”, explica Romani.

Sinal verde para empresas

Apesar da queda de braço entre preço e sustentabilidade, o interesse em produtos mais amigáveis para o meio ambiente acende um sinal verde para as empresas, mostrando que elas precisam estar preparadas para atender esse tipo de demanda, que tende a crescer.

Segundo Romani, é necessário que as companhias não só tenham o pilar da sustentabilidade na estratégia de negócios, mas que isso seja comunicado claramente ao consumidor, para facilitar a compra.

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“É essencial trazer para o foco as práticas sustentáveis adotadas pelas empresas. Em muitos casos, ações que poderiam trazer um grande apelo já são realizadas, mas não são comunicadas ao consumidor. A construção do storytelling (narrativa) de sustentabilidade precisa ser verdadeira e sustentada em dados e ações concretas que possam ser verificados e comprovados pelo consumidor.”

Outro ponto é que haja integração entre a promessa e a realidade. “(Isso precisa ocorrer) desde a comunicação da marca nos diversos canais à composição dos produtos, cadeia de fornecimento e práticas que contribuam para o mercado e sociedade como um todo”, reforça a especialista.

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