PUBLICIDADE

Publicidade

Governo de SP espera concluir privatização da Sabesp em 22 de julho; veja cronograma

Pelo preço da ação estabelecido como referência, de R$ 72,06, Sabesp diz que a oferta pode movimentar até 15,9 bi; será a maior operação do tipo desde a privatização da Eletrobras em 2021

O esperado prospecto da oferta de ações que vai privatizar a Sabesp, maior operação na Bolsa prevista para este ano no País, foi divulgado na noite desta sexta-feira, 21. A operação terá um lote base que prevê a venda de 191.713.044 ações, que poderá ser aumentado em um lote adicional em mais 28.756.956 ações em caso de demanda forte. O governo de São Paulo espera concluir a operação em 22 de julho.

PUBLICIDADE

O preço da ação da Sabesp usado como referência foi de R$ 72,06, abaixo do valor de fechamento nesta sexta-feira, de R$ 75,05. Pelo preço estabelecido como referência, a Sabesp informa que a oferta pode movimentar R$ 13,815 bilhões considerando o lote base e, somado ao lote suplementar de R$ 2,072 bilhões, atingir até 15,887 bilhões.

É a maior oferta de ações do ano na B3, e uma das maiores em curso no mundo. No Brasil, é a maior do mercado desde a operação que privatizou a Eletrobras, que movimentou R$ 34 bilhões, em julho de 2021.

Diferentemente da operação da Eletrobras, a Sabesp terá a figura do investidor de referência, que será escolhido em momento separado da oferta para o varejo.

Estado de SP tem 50,3% da Sabesp atualmente; porcentual deve cair para 18% Foto: Sabesp/Divulgação

A primeira etapa do processo de bookbuilding (no qual os investidores indicam a quantidade de papéis que desejam comprar e a que preço) começa em 1º de julho e a divulgação do investidor de referência está previsto para o dia 16. O período de reservas de ações vai de 1º de julho a 15 de julho. O encerramento do processo de bookbuilding será em 18 de julho. A liquidação da operação está prevista para 22 de julho.

Interessados em ser investidor de referência terão entre 24 e 28 de junho para manifestar suas intenções de preço. Este investidor ficará com 15% da Sabesp e não poderá se desfazer de suas ações até 2029, além de não poderem investir em áreas em outros locais que concorram com a Sabesp.

Pelas regras, a seleção do acionista de referência será feita em duas etapas. Na primeira, que começa já na próxima semana, serão selecionados os dois acionistas que oferecerem o maior preço. Na segunda fase, serão formados dois processos de bookbuilding, aqui incluindo também os outros interessados em investir na empresa de saneamento. O vencedor é o acionista de referência que conseguir formar o bookbuilding mais vantajoso, considerando o maior preço e volume.

Publicidade

A disputa para ser o acionista de referência está entre a Aegea e a Equatorial, segundo pessoas que acompanham as negociações. Grupos como Votorantim, Cosan e a gestora IG4 desistiram de participar. A oferta da Sabesp será totalmente secundária, ou seja, só terá a venda de papéis que estão com o governo paulista. Atualmente, o Estado tem 50,3% da empresa de saneamento, porcentual que deve cair para 18%.

Inicialmente se pensou em fazer uma oferta primária, com a Sabesp captando recursos para reforçar o caixa, mas com as condições desafiadoras do mercado, por ora, essa estratégia ficou de lado.

As apresentações para investidores (roadshows) serão dos dias 24 a 28 de junho nos Estados Unidos, e de 1º a 5 de julho na Europa. No final de semana, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, viaja para Estados Unidos e Europa, onde vai participar das reuniões.

Oferta ao mercado

A secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo, Natália Resende, afirmou nesta sexta-feira, 21, que, além dos 15% das ações que ficarão para investidor de referência da Sabesp, o modelo de privatização da companhia terá 17% das ações ofertadas ao mercado.

PUBLICIDADE

O secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, que também estava na entrevista à imprensa, destacou a transparência do processo e afirmou que a população poderá participar do processo de discussão dos próximos passos da privatização da companhia.

A oferta bilionária que vai privatizar a Sabesp prevê a criação de fundos de investimento específicos para participar da operação, o FIA-Sabesp, semelhante a carteiras já usadas em outras grandes ofertas de privatização no passado.

Os fundos terão que investir no mínimo 95% do patrimônio em ações da Sabesp. Podem aderir ao fundo pessoas físicas, aposentados e funcionários da Sabesp. Estes fundos vão permitir investimento mínimo de R$ 1 e máximo de R$ 1 milhão por investidor, segundo o prospecto.

Publicidade

Processo envolve 12 bancos

A oferta de privatização da Sabesp envolve 12 bancos, com cinco deles (BTG Pactual, UBS-BB, Bank of America, Itaú BBA e Citi) como coordenadores líderes. Na próxima semana, executivos das instituições envolvidas na coordenação da oferta, assim como o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estarão conversando com investidores no exterior e no Brasil.

Os demais bancos que fazem parte do sindicato que trabalha na distribuição da oferta são Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, Safra, Morgan Stanley, Santander e XP. A Laplace Finanças é o assessor financeiro independente da companhia.

Nas semanas que antecederam a divulgação do prospecto, a oferta da Sabesp teve bastidores bastante agitados, envolvendo as condições para ingresso dos investidores âncora, muitas das quais acabaram afastando os interessados financeiros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.