Governo não vai intervir na Transbrasil, garante ministro

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Por Agencia Estado
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O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, afirmou nesta quarta-feira que o governo não fará nenhum tipo de intervenção na Transbrasil, para ajudar ou promover a liquidação da companhia, que interrompeu as operações há mais de três meses e não dá sinais de que retomará os vôos no curto prazo. "O governo não irá intervir", garantiu o ministro acrescentando que "o mercado dará as regras" nesse caso. "Os sócios da empresa é que deveriam dar a solução. Se a empresa não tiver capacidade de voltar a voar, deixará de existir sozinha", afirmou Quintão. "Por que é que o governo teria de intervir em todo caso de insucesso de empresários?" Logo na semana do cancelamento dos vôos, em dezembro, o ex-presidente da Transbrasil, Antônio Celso Cipriani, recorreu ao Ministério da Defesa em busca de ajuda governamental, que foi negada. Na época, a empresa havia deixado cerca de 400 mil passageiros sem condições de usar os bilhetes comprados com antecedência e já não pagava desde outubro os salários dos funcionários. Enquanto o governo se recusa a apressar o desfecho da crise, os problemas se acumulam e os acionistas majoritários tentam manobras para passar adiante o controle da companhia. A empresa está há mais de um mês sem presidente, perdeu os principais diretores, advogados e os funcionários não vão mais trabalhar. Esta semana, até as linhas telefônicas foram cortadas. Frustração Segundo assessores do Ministério, o governo teme repetir duas experiências desastrosas de intervenção em companhias aéreas realizadas no passado. Uma delas na própria Transbrasil, em 1988, quando uma junta militar substituiu Omar Fontana no comando, para se ver obrigada a devolver a empresa para o dono em situação ainda pior. Mas a ferida ainda não cicatrizada foi aberta pela liquidação da Panair do Brasil, em 1965. A companhia atravessava dificuldades financeiras, mas a massa falida não só custeou as despesas como deixou um patrimônio considerável para o empresário Rodolfo da Rocha Miranda, que arrasta até hoje processos milionários contra a União, alegando que seu pai, dono da companhia na época, tinha condições de salvar as operações.

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