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Grécia paga dívida com o BCE e ministro pede eleições antecipadas

Governo deu mais um passo para se afastar do colapso financeiro após a aprovação de duras medidas de austeridade; entretanto, mercado reage mal à possibilidade de novas eleições no país

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Por Redação
Atualização:
O premiê grego, Alexis Tsipras, enfrentou uma rebelião em seu partido que pôs em xeque sua permanência no poder Foto: Petros Karadjias/AP

ATENAS - A Grécia fez nesta quinta-feira, 20, um pagamento crucial de parcela da dívida com o Banco Central Europeu (BCE), no valor de € 3,2 bilhões, usando recursos do resgate recentemente liberados, disse uma fonte do governo. 

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Atenas quitou a dívida usando dinheiro da primeira parcela de seu novo resgate após o programa superar o último obstáculo antes de entrar em vigor na noite de quarta-feira, 19, com o fundo de resgate europeu aprovando o acordo de € 86 bilhões (US$ 96 bilhões). "O pagamento foi feito, os recursos estão a caminho", disse a fonte à Reuters.

O pagamento marca mais um passo da Grécia se afastando da possibilidade de um colapso financeiro, mas o primeiro-ministro Alexis Tsipras precisa enfrentar agora uma crise política após rebeldes antirresgate acabarem com a maioria parlamentar de seu governo. Um ministro de alto escalão defendeu eleições antecipadas após o racha no Syriza, o partido de Tsipras.

A possibilidade de novas eleições na Grécia, que podem ocorrer este ano por pressões de grupos de parlamentares, são um balde de água fria para o mercado financeiro no país. Os rumores causaram uma forte queda das ações na bolsa de Atenas.

Bola de neve. A Grécia chegou perto de cair em um abismo econômico e sair da zona do euro no fim de junho, quando Tsipras tentou extrair concessões que os ministros das Finanças do bloco se recusaram a conceder.

Tsipras recuou no mês passado, aceitando termos que são tão onerosos que a ala esquerdista de seu partido recusou-se a apoiar o resgate no Parlamento na sexta-feira passada e está ameaçando se desmembrar.

O ministro da Energia, Panos Skourletis, conselheiro próximo de Tsipras, disse que é necessário lidar com o racha. "Precisamos saber se o governo tem ou não tem uma maioria", disse ele ao canal de televisão estatal ERT.

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O premiê já levantou a possibilidade de convocar um Congresso do Syriza para resolver as diferenças com os rebeldes. Mas, expressando sua opinião pessoal, Skourletis disse que Tsipras deveria agir mais rapidamente. "Eu diria eleições primeiro, e então um congresso do partido", afirmou. (Por Lefteris Papadimas).

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