Greve dos empregados da Eletrobras tem 80% de adesão, diz entidade

Paralisação acontece após rejeição de proposta final de Acordo Coletivo de Trabalho; empresa, privatizada em 2022, quer cortar salários e retirar benefícios da época em que era estatal

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RIO - O primeiro dia da greve dos empregados da Eletrobras teve 80% de adesão, segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). O objetivo da greve, segundo o CNE, é discutir as cláusulas do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Procurada, a Eletrobras não quis se pronunciar.

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“Primeiro dia de greve é um sucesso e vamos continuar firmes até o dissídio no TST”, disse o CNE em nota, informando que os operadores das bases que votaram pela greve e que continuarão trabalhando para sustentar o sistema elétrico estão dobrando o turno de 12 para 24 horas, “o que aumenta o risco de erros na operação”, destacou.

Segundo o balanço de greve, Furnas parou inteiramente em 15 Estados da federação e no Distrito Federal. Na Eletrosul, a maioria das bases Sindinorte SC (Centro Regional Joinville), Sintresc (Centro Regional Capivari), Sintevi (Blumenau) e Stieel (Centro Regional Oeste) estão paradas.

Eletrobras se negou a participar do processo de mediação no TST, alegando que a proposta final já é a melhor versão, e que não seria possível avançar mais Foto: Wilton Júnior/Estadão

Na Chesf, a sede, que é a maior base da empresa, definiu nesta segunda que vai parar por tempo indeterminado a partir de sexta-feira, 14.

Na Eletronorte, 10 das 11 bases estão em greve por tempo indeterminado, e elevando os turnos para 24 horas. Tanto a Eletrobras Holding com a Eletropar estariam totalmente paradas, segundo o CNE.

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“Amanhã (terça-feira, 11), dia em que a Eletrobras completa 62 anos, mais bases entram em greve e mais áreas operacionais vão aderir ao turno de 24 horas. A greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras segue por tempo indeterminado”, afirmou o CNE.

A greve foi convocada para esta segunda-feira, por tempo indeterminado, depois de a proposta final de ACT da empresa ter sido rejeitada em assembleias por todo Brasil, informou o CNE. A empresa, privatizada em 2022, quer cortar salários e retirar benefícios da época em que era estatal.

A Eletrobras se negou a participar do processo de mediação no TST, alegando que a proposta final, após cinco rodadas de negociações, já é a melhor versão, e que não seria possível avançar mais.

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