‘A Guiana está chupando de canudinho as riquezas do Brasil’, diz Silveira sobre petróleo no Norte

Segundo ministro de Minas e Energia, Margem Equatorial não é a Foz do Amazonas: ‘Está a 500 quilômetros’

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Renan Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou nesta segunda-feira a classificação da margem equatorial como “Foz do Amazonas”. Há cerca de um ano, o Ibama negou a licença ambiental para explorar um bloco de petróleo da Petrobras, na área próxima da bacia da Foz do Amazonas. Segundo o órgão, faltava uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).

“A margem equatorial não é Foz do Amazonas, está há 500 quilômetros. Nós estamos discutindo a fase de pesquisa e nossos irmãos da Guiana estão ‘chupando de canudinho’ as riquezas do Brasil, porque estão explorando na divisa”, disse o ministro, em entrevista sobre Transição Energética no âmbito do G20, em Belo Horizonte.

'Tenho profunda divergência com qualquer tipo de dogma', disse Silveira Foto: Wilton Junior/Estadão

PUBLICIDADE

A margem equatorial se estende por mais de 2,2 mil quilômetros. A Petrobras cita descobertas recentes de petróleo na costa da Guiana, Guiana Francesa e Suriname para também justificar o potencial exploratório da região.

O ponto de atenção do Ibama é que a Bacia da Foz do Amazonas, nas proximidades, é considerada uma região de extrema sensibilidade socioambiental.

Publicidade

“Eu tenho profundo respeito pela ministra Marina (Silva), com sua contribuição ao Brasil, mas eu tenho profunda divergência com qualquer tipo de dogma, que não é o caso dela, mas é o caso de muitas pessoas que não aceitam o bom debate”, disse Silveira.

Protagonismo do governo na Petrobras

O ministro também voltou a dizer que o governo federal, como controlador da Petrobras, tem protagonismo nas decisões da empresa. Silveira citou a mineradora Vale como exemplo de uma empresa em que o governo federal não tem controle. A situação da Petrobras seria diferente, na avaliação dele.

“A Vale é uma corporation, onde o governo não é controlador. Mesmo assim, somos formadores de políticas e somos reguladores do setor mineral. Agora, a Petrobras nós podemos muito mais do que isso. Somos controladores e não podemos nos envergonhar disso”, disse o ministro.

Ele também foi questionado sobre as conversas com a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Na sexta-feira, o conselho de Administração nomeou-a como conselheira e a elegeu como nova presidente da companhia. “Ela conhece a agenda e vai fazer com o espírito de manter a empresa sob uma gestão que dê credibilidade para investidores”, declarou.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.