Haddad admite necessidade de novas medidas de ajuste fiscal e diz que voltará a Lula se precisar

Ministro da Fazenda afirmou que não acredita em ‘bala de prata’ para reequilibrar as contas públicas e que lado político da tramitação das medidas foi levado em conta

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Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu nesta quinta-feira, 28, que o governo federal pode ser obrigado a adotar novas medidas de ajuste fiscal para controlar as contas públicas. Haddad afirmou que “certamente vai haver necessidade” e que voltará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja necessário.

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“São passos muito importantes esses que estão sendo dados. E, se precisarem outros, e certamente vai haver necessidade, nós vamos estar aqui para voltar à mesa do presidente (Lula) com as nossas ideias e tentando sintonizar as nossas ações em torno desse projeto”, afirmou o ministro.

O ministro afirmou também que não acredita em “bala de prata” de medidas para reequilibrar as contas públicas.

Ministro da Fazenda afirmou que não acredita em ‘bala de prata’ para reequilibrar as contas públicas e que lado político da tramitação das medidas foi levado em conta Foto: Wilton Junior/Estadão

“Se com a dinâmica das despesas houver necessidade de voltar ao presidente, nós vamos fazer com a transparência que estamos fazendo com vocês. O trabalho não se encerra, não acredito em bala de prata.”

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Ao comentar sobre as críticas do mercado de que houve uma “desidratação” no pacote - com o qual prevê uma economia de R$ 70 bilhões até o final do mandato -, Haddad disse que é preciso sopesar os ganhos de médio prazo, que podem ser nulos, e os riscos de aprovação das medidas no Congresso Nacional. Ele citou, por exemplo, que colocar o programa Pé-de-Meia no Orçamento pode ter impacto maior do que desvinculação do piso da educação (à arrecadação do governo), por exemplo.

“Foi feita essa consideração sobre cada ponto que está aqui. E, na verdade, todo mundo cedeu às evidências. Ninguém aqui é teimoso de se negar a enxergar dados”, disse.

Haddad reiterou que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) nunca esteve tão sintonizada para atender a necessidade de reforçar o arcabouço fiscal quanto nos últimos dois meses.

“Eu estou dando testemunho de que nos últimos dois meses esses ministros estiveram debruçados sobre o tema com convicção de que tínhamos que apresentar o que estamos apresentando hoje”, afirmou.

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‘Doutor mercado’

Ao deixar a coletiva, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se queixou com ministros da abordagem do pacote feita pelo mercado financeiro.

“Querem que eu peça: doutor mercado, posso anunciar, doutor mercado?”, disse.

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