Haddad diz que não tem nada o que fazer fora da autonomia do BC para segurar dólar

Para o ministro, o que dá para fazer é melhorar a comunicação em relação à independência do BC e sobre a parte fiscal

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Foto do author Amanda Pupo
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu nesta terça-feira, 2, que não há nada que o governo planeje fazer no sentido de conter a alta do câmbio, a não ser “acertar a comunicação” sobre a autonomia do Banco Central e a “rigidez” do arcabouço fiscal.

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Haddad fez referência à declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais cedo, que, na avaliação do ministro da Fazenda, “elogiou” o arcabouço e a autonomia da autoridade monetária. Para o ministro, é esse encaminhamento que irá “tranquilizar” as pessoas.

A declaração do ministro veio em resposta aos questionamentos sobre o patamar do dólar alcançada nesta manhã, e perguntas se o governo pretendia fazer alguma intervenção ou mexer com o IOF cobrado em operações de câmbio, o que Haddad negou.

Haddad diz que ideia da reunião de quarta-feira é apresentar propostas que assegurem o cumprimento do arcabouço fiscal em 2024, 2025 e 2026 Foto: Diogo Zacarias/MF

“Nossa agenda com Lula amanhã é exclusivamente agenda fiscal. Não sei de onde sai esse rumor. Aqui na Fazenda estamos trabalhando com agenda eminentemente fiscal com o presidente”, disse o ministro. “O melhor a fazer (para conter dólar) é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central, como o presidente fez hoje de manhã, quanto em relação ao fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do BC e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas. Questão mais de comunicação do que qualquer outra coisa.”

Mais cedo, sobre o patamar do câmbio, Lula afirmou que “alguma coisa” precisaria ser feita. “Temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer, porque, se não, eu estaria alertando os meus adversários”, disse o presidente.

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De acordo com Haddad, na reunião com Lula programada para esta quarta-feira, 3, a ideia é apresentar propostas que assegurem o cumprimento do arcabouço fiscal em 2024, 2025 e 2026 - último ano do atual mandato do petista. O ministro não quis cravar uma data para divulgação de medidas e destacou que as equipes estão trabalhando no tema há 60 dias.

“Não estou querendo marcar data porque estamos há 60 dias trabalhando nisso. O presidente está mobilizando Planejamento, Casa Civil e Fazenda não só para elaboração do orçamento de 2025, mas como para execução orçamentária de 2024. E ele está preocupado, hoje mesmo falou disso, elogiou o arcabouço fiscal, elogiou a autonomia do BC, e é nessa linha que vamos despachar com ele amanhã. Esses rumores eu sinceramente penso que é de gente interessada… Não sei de onde saem essas questões. Quando me perguntam, eu respondo no que estamos trabalhando, que é na agenda fiscal”, concluiu o ministro.

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