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Após falar com Campos Neto, Haddad sugere a Lula anunciar novo nome para o BC em agosto ou setembro

Ministro diz que Lula considera anunciar o indicado à presidência do órgão ‘em breve’

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Foto do author Francisco Carlos de Assis
Atualização:

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera anunciar “em breve” o nome do sucessor de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central (BC).

Haddad relembrou uma conversa com Campos Neto no início do ano, quando ambos concluíram que, em benefício da transição, o fim de agosto ou o começo de setembro seriam um bom momento para anunciar quem assumirá o BC a partir de janeiro. O ministro pontuou que a recomendação foi levada a Lula.

Haddad relembrou uma conversa com Campos Neto no início do ano, quando ambos concluíram que o fim de agosto ou o começo de setembro seriam um bom momento para anunciar quem assumirá o BC a partir de janeiro.  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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”Penso que o presidente [Lula] está com essa informação fresca na cabeça para considerar a possibilidade de um anúncio em breve. Eu não posso dar a data porque isso é atribuição dele, mas acredito que ele vai apreciar com generosidade a nossa recomendação”, declarou o ministro durante participação na conferência anual do Santander.

Em abril, o Estadão antecipou que o anúncio do nome para suceder Campos Neto seria feito mais cedo, de modo que a transição fosse “suave e colaborativa”. O nome mais forte para ocupar o lugar de na presidência permanece o do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo.

Orçamento de 2025

Haddad comentou que o projeto de Orçamento do ano que vem, a ser anunciado na sexta-feira, 30, está mais ajustado com o que deve acontecer na economia. O ministro disse que a peça orçamentária que está sendo finalizada traz mais conforto à equipe econômica do que a apresentada no ano passado – quando, reconheceu o ministro, havia excesso de otimismo com as receitas extraordinárias levantadas em outorgas e concessões.

Após enfatizar que a peça orçamentária é uma construção que passa por diversas áreas técnicas, de modo que não há como maquiá-la, Haddad assegurou que o Orçamento do ano que vem vai “equilibrado” – ou seja, prevendo equilíbrio entre receitas e despesas, como determina a meta fiscal de déficit zero para 2025.

“Eu digo a você, com muita tranquilidade, essa peça orçamentária me causa mais conforto do que a do ano passado. A peça orçamentária do ano passado, na minha opinião, subestimava receitas ordinárias e superestimava receitas extraordinárias. Cheguei a dizer isso em uma entrevista [na época]”, declarou o ministro.

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“O meu feeling é de que ela está bastante mais ajustada ao que eu penso que vai acontecer com a economia brasileira”, acrescentou. O ministro observou que, por conta da deflação no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), observado pela Receita na projeção da arrecadação, as receitas ordinárias foram subestimadas no Orçamento que está sendo executado neste ano.

Assim, Haddad reforçou que o governo deve entregar neste ano a meta de resultado primário dentro da banda (margem de tolerância), que permite um déficit de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) – resultado negativo de R$ 28,8 bilhões. Porém, o resultado terá uma composição mais benéfica do lado da arrecadação, uma vez que a surpresa veio das receitas recorrentes.

O ministro adiantou ainda que o projeto orçamentário de 2025 será enviado ao Congresso com propostas do setor privado. “O setor privado está se unindo ao esforço da Fazenda no sentido de buscar fontes eficientes e alternativas de receita em proveito do equilíbrio das contas públicas. Temos conversado com vários segmentos e, questão de um mês atrás, recebemos uma proposta bastante interessante que vai se transformar num programa que vai constar da lei orçamentária”, declarou Haddad, acrescentando que o programa está alinhado ao desejo de um sistema tributário “mais decente”.

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