SÃO PAULO E BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 16, que, em algum momento, o Orçamento terá de prever recursos a desastres decorrentes das mudanças climáticas.
“Em algum momento, vai ter de entrar (no Orçamento). Talvez o extraordinário não seja tão extraordinário daqui para frente”, declarou o ministro ao participar da premiação do jornal Valor Econômico a empresas que se destacaram pelo desempenho financeiro e práticas de sustentabilidade. “Vamos ter de levar em consideração isso de forma mais organizada”, acrescentou Haddad.
Conforme o ministro, será necessária uma adequação do orçamento prevendo recursos para ações de mitigação e adaptação se os gastos com eventos climáticos extremos tornarem-se recorrentes.
Ao falar do socorro após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, cujos gastos extraordinários ficaram fora dos limites do arcabouço fiscal, Haddad descreveu a atuação do governo federal como “exemplar” do ponto de vista econômico. Conforme o ministro, os recursos liberados em apoio ao Rio Grande do Sul não violaram o espírito do arcabouço.
Ele destacou que, dois meses após o desastre, o Estado voltou a contratar e a bater recordes de arrecadação, em função da reativação da atividade econômica.
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Haddad informou ainda que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentou nesta segunda-feira, 16, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um plano de combate aos incêndios que leva em consideração a experiência no enfrentamento das queimadas no Pantanal durante o ano passado.
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