Haddad diz que Brasil tem ‘gordura’ para baixar juros que o mundo não tem

Ministro da Fazenda defendeu que o sistema bancário brasileiro é robusto do ponto de vista da governança e regulação interna e cumpre ‘com folga’ os acordos internacionais

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SÃO PAULO E BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 13, que vê espaço para a redução dos juros no Brasil , mesmo diante de um cenário internacional “turbulento”. Ele se referiu ao aumento global dos juros e à quebra do Silicon Valley Bank (SVB) nos Estados Unidos.

“Hoje, eu diria que há pouco espaço para aumento da taxa de juros no mundo, e diria que tem uma ‘gordura’ no Brasil que permite a nós – tomando as providências que estão sendo tomadas, e que vêm sendo reconhecidas pelo Banco Central nas atas que ele divulga –, penso que nós temos um espaço que o mundo não tem”, disse, durante evento organizado pelos jornais Valor Econômico e O Globo. Hoje, a taxa básica de juros (Selic) está em 13,75% ao ano.

Haddad defendeu que o sistema bancário brasileiro é robusto do ponto de vista da governança e regulação interna e cumpre “com folga” os acordos internacionais. Ele lembrou que a solidez desse sistema contribuiu para que o País atravessasse com mais tranquilidade a crise financeira de 2008.

Haddad afirmou que as projeções de inflação continuam “bem comportadas” no País, mesmo com a reversão do que chamou de “medidas demagógicas” do ano passado, como a desoneração de combustíveis Foto: Wilton Junior/Estadão

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“Se a gente harmonizar a política fiscal e monetária, nós conseguimos ancorar e navegar em mares internacionais revoltos, porque a nossa condição, na minha opinião, garante isso”, disse.

Haddad afirmou ainda que as projeções de inflação continuam “bem comportadas” no País, mesmo com a reversão do que chamou de “medidas demagógicas” do ano passado, como a desoneração de combustíveis. Hoje, o relatório de mercado Focus, do Banco Central, mostrou que as expectativas do mercado para o IPCA estão em 5,96% em 2023, 4,02% em 2024 e 3,80% em 2025, acima do centro da meta em todos os anos.

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