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Haddad diz governo vai apresentar solução para rotativo do cartão de crédito em até 90 dias

Ministro da Fazenda disse que rotativo do cartão é o maior problema de juros do Brasil na atualidade

Foto do author Marianna Gualter
Atualização:

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o rotativo do cartão de crédito é o “maior problema de juro” no País hoje. Para resolver o problema, Haddad disse que o governo federal, os bancos e o varejo estão “sentados em uma mesa” para discutir uma solução, que será apresentada em até 90 dias.

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“Você entra em uma roda viva da qual não consegue sair”, afirmou em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”. “Você tem um mecanismo que, se a parcela é paga em dia, você está salvo. Mas se tiver uma emergência qualquer, e estamos cheios de imprevistos na vida, e você não paga a parcela, você cai nesse juro absurdo. Como a pessoa vai pagar 400% ao ano? Não tem razoabilidade”, questionou.

Segundo o Banco Central, em junho, a taxa média cobrada pelos bancos no rotativo do cartão era de 437,3% ao ano.

Ministro da Fazenda disse que rotativo do cartão é o maior problema de juros do Brasil na atualidade Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Haddad disse que a ideia é solucionar o problema a partir de uma transição para um sistema “mais saudável” do que esse. “Desde que me conheço por gente, o problema do cartão de crédito é cruel no Brasil”, comentou.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto afirmou que o governo quer aumentar a transparência sobre a taxa, com uma comunicação clara do problema para a população, que precisa entender o peso dos juros acima de 400% ao ano no orçamento familiar. A portabilidade da dívida do cartão (ou seja, poder migrar a dívida para um outro banco, que tenha uma taxa menor) também está em estudo.

Além da transparência e de uma portabilidade mais eficiente, o diagnóstico é de que pode ser aprimorado, talvez com regras um pouco mais rigorosas, o processo de análise para concessão do crédito, que pode ser “perigoso” sem educação financeira. A solução não passaria, contudo, pela limitação do crédito.

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