BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou nesta segunda-feira como “corretas” as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio nas últimas semanas. O dólar fechou o ano de 2024 com valorização de 27%.
“O câmbio não é fixo no Brasil. O dólar neste ano de 2024 termina muito forte no mundo todo. Mas penso que as intervenções do Banco Central foram corretas, no sentido de dar liquidez pra quem eventualmente estava fazendo remessa, enquanto o mercado processava informações a respeito das medidas fiscais”, afirmou.
O dólar vem escalando desde o anúncio do pacote de contenção de gastos do governo Lula, no mês passado, considerado pelos analistas como insuficiente para o reequilíbrio das contas públicas.
Nesta segunda-feira, última sessão do ano para negociação do dólar comercial e de ações no mercado nacional, o Banco Central realizou um novo leilão de dólares à vista. Com essa intervenção, o BC já despejou, desde 12 de dezembro, US$ 21,575 bilhões em leilões à vista no mercado.
É a maior injeção de recursos em um único mês da história do regime flutuante de câmbio, acima dos US$ 12,054 bilhões vendidos em março de 2020, durante a pandemia de covid-19.
A autoridade monetária injeta novos recursos no mercado quando considera que há alguma disfuncionalidade nas negociações, o que ajuda a frear a disparada de preços.
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Haddad também disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou os decretos de nomeação do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e dos três novos diretores, cujos mandatos se iniciam a partir de 1º de janeiro de 2025. O ato formal de nomeação foi realizado em reunião na tarde desta segunda no Palácio da Alvorada, com a participação do ministro da Fazenda.
“Ele (Lula) foi apresentado aos diretores. Os diretores novos ele nomeou, mas não os conhecia. Quem entrevistou foi o Galípolo. Hoje, eles foram conhecer o presidente, na ocasião em que ele assinou os decretos de nomeação”, disse Haddad.
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