O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 4, acreditar que ainda nesta semana será possível anunciar as medidas de corte de gastos. De acordo com ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou o final de semana trabalhando no assunto. O ministro viajaria à Europa nesta semana, mas ficou no Brasil justamente para dar andamento ao tema. Questionado se isso daria mais velocidade ao anúncio, Haddad explicou que sua viagem estava dependendo justamente dessa definição, se os anúncios seriam feitos nesta ou na próxima semana. Como “as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico”, disse Haddad, a previsão é que o governo esteja pronto para fazer os comunicados nesta semana.
O ministro disse que terá uma reunião ainda hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema. Ele esteve agora com Lula, mas para tratar do G-20. Questionado se a Fazenda já teria uma definição relacionada a gatilhos de contenção, Haddad respondeu que a pasta já tem “várias definições que estão muito adiantadas”.
“Em relação à Fazenda tem várias definições e que estão muito adiantadas, o presidente passou o final de semana, inclusive, trabalhando o assunto. (Lula) Pediu que técnicos viessem à Brasília para apresentar detalhes para ele. Eu penso que nós estamos na reta final”, afirmou Haddad ao voltar do Palácio do Planalto e falar com a imprensa.
Perguntado ainda se o anúncio terá algo focado no crescimento estrutural dos gastos, o ministro respondeu que, em deferência a Lula, que irá organizar como o assunto será comunicado, seria melhor aguardar “algumas horas”, em referência à reunião que ocorrerá a tarde.
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“Só por deferência ao presidente, ele que vai organizar a comunicação, a reunião nessa tarde tem essa finalidade. Então, por deferência a ele, vamos aguardar algumas horas, porque, afinal de contas, ele que vai definir quem comunica, como comunica, o modelo de apresentação, então, eu peço algumas horas para termos um encaminhamento da parte dele”, disse o ministro.
Reação do mercado
Na semana passada, a falta de avanço sobre o corte de gastos e a perspectiva de que o assunto só voltaria a ser discutido após a volta de Haddad, no sábado, 9, provocaram estresse no mercado financeiro, e o dólar atingiu na sexta-feira, 1º, a marca de R$ 5,869.
Nesta segunda-feira, porém, a perspectiva de que o pacote está mais perto de ser divulgado mudou o humor do mercado. Às 11h20, o dólar à vista caía 1,40%, para mínima de R$ 5,7872. O Ibovespa, por sua vez, subia 1,29%, aos 129.767 pontos.
O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, disse que não há consenso do mercado sobre o custo para que o ajuste fiscal aconteça no País. Padovani afirmou que há a visão otimista - de que o ajuste virá sem custo financeiro - e a perspectiva pessimista - da qual ele compartilha -, de que o ajuste virá, mas com um custo, de forma reativa. Para ele, os próximos dias serão cruciais para os mercados - a depender dos movimentos de Haddad e do resultado das eleições americanas.
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