‘Sem baixar a guarda, temos chance de completar mandato com grau de investimento’, diz Haddad

Ministro reconheceu que nada está assegurado e que ainda há trabalho no campo fiscal, mas afirmou que o grau de investimento já é uma ‘possibilidade concreta’

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Foto do author Giordanna Neves
Atualização:

BRASÍLIA – Após a agência de classificação de risco Moody’s elevar a nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se o governo continuar “sem baixar a guarda” em relação às contas públicas, será possível conquistar o grau de investimento – uma espécie de “selo” de bom pagador – ainda no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Eu penso que se o governo, como um todo, compreender que vale a pena esse esforço, que esse esforço que está sendo feito produz os melhores resultados, e continuarmos sem baixar a guarda em relação às despesas, em relação às receitas, fazendo o nosso trabalho, eu acredito realmente que nós temos a chance de completar o mandato do presidente Lula, reobtendo o grau de investimento”, disse o ministro à imprensa.

Evento do WBCSD Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

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O ministro reconheceu que a obtenção do grau de investimento não está dada e que nada está “assegurado”. Ele reiterou que ainda há um trabalho a ser feito no campo fiscal e um caminho a ser trilhado, mas afirmou que o grau de investimento já é uma “possibilidade concreta”.

“O crescimento é muito importante para a economia, sobretudo com a inflação controlada, porque é ele que permite você fazer um ajuste fiscal sem penalizar a população mais pobre, sem ter a necessidade de tomar medidas de austeridade que vão ceifar direitos estabelecidos”, disse Haddad. “Mas há um trabalho a ser feito no campo da despesa e no campo da receita que pode nos permitir reequilibrar as contas, voltar a baixar a taxa de juros e conseguir o grau de investimento”, avaliou.

Haddad afirmou que o relatório divulgado pela Moody’s reconhece o trabalho que vem sendo feito pelo governo e está em linha com o que a equipe vem defendendo há algum tempo. Ele relembrou ainda que, há pouco mais de um ano e meio de governo Lula, o Brasil já conseguiu duas elevações em nota de crédito.

“Se nós continuarmos perseverando nesse caminho ajustando o fiscal e o monetário, nós temos uma grande chance de conseguir uma estabilidade da relação dívida/PIB, dos gastos públicos, depois de muitos anos de desequilíbrio fiscal”, avaliou.

O ministro fez menção ainda às medidas que foram citadas pelo relatório e que, segundo ele, já sinalizam para uma possibilidade de crescimento estável, como a reforma tributária e o plano de transformação ecológica.

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Haddad reforçou a relevância das propostas tomadas no âmbito do crédito. “As pessoas falam de ajuste fiscal e esquecem que a economia é muito mais do que isso. As medidas de crédito que nós estamos tomando, elas estão refletidas na economia”, disse.

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