Haddad diz que desenho de revisão de gastos é ‘consistente’ para que arcabouço ‘tenha vida longa’

Ministro da Fazenda afirmou que não comentaria medidas que estão sendo ventiladas para evitar ‘mais confusão’; segundo ele, alterações podem incluir mudança constitucional

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Foto do author Fernanda Trisotto

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo fará os anúncios sobre a revisão de gastos quando tudo estiver alinhado, mas confirmou que essa é uma agenda prioritária para o final deste ano. Ele reiterou que a calibragem das ações será feita para caber no arcabouço fiscal e que não comentará medidas que são ventiladas, como mudanças na multa do FGTS e alterações no seguro-desemprego, porque explicar exercícios ainda em desenvolvimento técnico pode gerar mais confusão.

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Ele destacou que o arcabouço já prevê uma limitação para o avanço de despesas, cujo teto é de 2,5%, e que é preciso encontrar um caminho para que “a soma das partes caiba no todo”. “As pessoas ficam cobrando anúncios. Nós faremos isso quando o governo estiver todo alinhado em relação aos propósitos. É até injusto pedir para a Simone (Tebet, ministra do Planejamento) anunciar uma coisa que ainda tem que (ser finalizada)... Agora, o que está traçado daqui para o final do ano é que essa agenda seja prioritária”, disse, também destacando a tramitação de projetos como o PL dos Seguros.

Questionado sobre a possibilidade de mudanças nas regras do FGTS, para permitir o uso de parte da multa de 40% em caso de demissão para o financiamento do seguro-desemprego, Haddad disse que não discutiria a questão técnica. “Hoje mesmo eu passei a manhã inteira refazendo essas contas que os técnicos estão fazendo. Para que o modelo estivesse redondo, como aconteceu com o arcabouço fiscal”, disse.

Segundo Haddad, medidas que serão anunciadas visam 'afastar os fantasmas' sobre o arcabouço Foto: Washington Costa/MF

Para Haddad, a discussão sobre o arcabouço teve um “drama”, especialmente no início do ano passado, com especulação e oscilação cambial. “Uma informação truncada prejudica um cidadão ao invés de ajudar”, disse. É essa situação que ele pretende evitar na atual discussão sobre revisão de gastos. Segundo o ministro, a discussão está avançada, mas não há um pacote. “É um desenho de propostas consistentes para que o arcabouço fiscal tenha vida longa, que é o que nós precisamos garantir nesse momento: vida longa ao arcabouço fiscal para que não parem mais incertezas sobre a trajetória das finanças públicas do Brasil”, disse.

Esse movimento terá o potencial de dissipar a “confusão” que está acontecendo. “Exatamente o que aconteceu ano passado. Ano passado ficou aquela coisa, até a gente lançar o arcabouço fiscal. Quando a gente lançou, o dólar caiu, o juro caiu. Até o Banco Central começou a baixar o juro, a contragosto, mas baixou. E é assim que vai acontecer. Nós estamos terminando o trabalho. Nunca fugi das perguntas de vocês”, disse, reiterando que os anúncios só serão feitos quando tudo estiver pronto.

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Haddad apenas adiantou que as alterações podem incluir mudança constitucional. Em relação ao tamanho do impacto fiscal, que já foi aventado entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões, o ministro não fixou uma cifra. “Será o suficiente. Vamos calibrar as variáveis dinâmicas do gasto para caber no arcabouço e seguir a vida com juros mais baixos, crescimento e geração de emprego. Estamos trabalhando. Vamos afastar os fantasmas que estão hoje na imprensa (sobre arcabouço)”, disse.

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