A crise financeira internacional afetou o bolso de cerca de metade dos consumidores em 25 países, que pensam duas vezes antes de gastar com aquisição de bens e serviços. A conclusão é do estudo "A Crise no Mundo", organizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em parceria com a rede global de pesquisas WIN. Dados da pesquisa apontam que na média entre os países, devido à crise global, 52% das pessoas já reduziram gastos com vestuário, calçados e acessórios. A pesquisa também mostra que 48% deixaram de comprar móveis e eletrodomésticos e o mesmo porcentual diminuiu as despesas com restaurantes e cinema, entre outros itens. O Ibope e a WIN ouviram 20.325 pessoas em 25 países, em fevereiro e março deste ano.México, Argentina e França lideraram, nessa ordem, a lista de países que apresentaram a maior queda na compra de produtos. Os mexicanos, por exemplo, cortaram gastos com alimentos (74% dos entrevistados), vestuário (73%), telefonia celular (57%), reformas de imóveis (57%), TV por assinatura (31%) e internet residencial (26%). No fim da lista, Suíça e a maior parte dos países do Oriente Médio mantiveram gastos e pouco mudaram os hábitos de consumo por causa da crise.Os cortes no Brasil acompanharam a tendência mundial de redução de gastos, principalmente com vestuário, móveis e eletrodomésticos. Em relação a serviços, o destaque ficou por conta da telefonia celular, serviço que 37% dos pesquisados declararam já ter reduzido gastos, contra 32% da média mundial.Confiança no governoO Ibope também perguntou sobre a confiança no governo para enfrentar a crise. Como critério de avaliação, o instituto pediu aos entrevistados que avaliassem de 1 a 10 os esforços de seus governos. Indianos, norte-americanos, ingleses e coreanos foram os menos confiantes. Os países onde a população melhor avaliou a capacidade de seus governos em lidar com a crise foram Catar e Arábia Saudita (ambos tiveram média 8), Kuwait (7,5), Emirados Árabes Unidos (7,4), China (6,7) e Brasil (6,4). Entre a população brasileira, a confiança no governo é maior entre os mais pobres e os moradores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
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