Quer alugar casa no litoral de SP no verão? Diárias para temporada sobem 900% em um ano; veja preços

Valores de locação no período subiram mais em Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém; melhora na economia e maior ocupação de imóveis próprios fizeram preços saltar, segundo especialistas

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Foto do author Lucas Agrela

Quem busca uma casa ou apartamento no litoral de São Paulo para passar o fim de ano e as férias de verão vai pagar mais caro do que no ano passado. De acordo com dados do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), o maior aumento foi nas casas de dois dormitórios no litoral sul, como Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém, onde a variação anual do preço da diária chegou a 900%. Nos apartamentos com um dormitório, a alta foi de 465% em um ano, enquanto aqueles com dois dormitórios tiveram aumento de 217%.

No litoral sul, o preço da diária em casas com dois quartos foi de R$ 300 para R$ 3.000. Entre os apartamentos, os preços foram de R$ 345 para R$ 1.950 nos imóveis de um dormitório e de R$ 550 para R$ 1.744 nos imóveis com dois quartos.

A região central do litoral paulista, composta pelas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente, também teve aumentos de três dígitos em relação ao mesmo período no ano anterior.

Litoral norte de São Paulo teve aumentos expressivos de preços, embora menores do que os do litoral sul Foto: Fernanda Luz/Estadão

Enquanto os preços dobraram nos apartamentos de dois e três quartos, ficando, respectivamente, em R$ 1.133 e R$ 1.560, o maior aumento no custo da diária foi no apartamento de quatro dormitórios, que subiu 238%, indo a R$ 2.707. As casas de dois quartos na região, entretanto, tiveram queda de 39%.

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O litoral norte teve aumentos expressivos de preços, embora menores do que os do litoral sul. A região de Ubatuba, Bertioga, São Sebastião e Ilhabela teve o maior aumento percentual em apartamentos de um quarto, chegando a 351%. Nos imóveis de um a dois dormitórios, os preços das diárias vão de R$ 700 a R$ 1.850. O levantamento foi feito com 14 imobiliárias em 12 cidades litorâneas de São Paulo.

O presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, diz acreditar que o salto maior de preços na região sul ocorreu pela prática histórica de oferecer imóveis para locação, o que aumentou a procura. Porém, a falta de opções nessas cidades tradicionais de veraneio levou a um aumento de preços mais forte.

“Muitos imóveis que estavam disponíveis para locação no ano passado estão sendo usados pelos proprietários. A oferta ficou escassa, e o preço subiu. Outro fator que influencia bastante é o calor tremendo que está fazendo neste ano. Em 2021, quando começou a abertura, os preços já estavam acima de antes da pandemia e agora estão ainda mais altos”, afirma.

Viana não vê uma relação entre o salto de preços de locação para temporada e a queda na taxa de juros, mas diz que o avanço da economia ajudou a destravar gastos represados pela falta de confiança do consumidor. “A confiança do consumidor na política econômica do governo, na pauta fiscal, aumentou, e ele passou a gastar mais neste ano”, diz.

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O presidente do Creci-SP lembra que uma limitação do levantamento é ter sido feito com base no preço anunciado para locação, e não o preço de concretização do negócio, que tende a ser menor e variar caso a caso.

Planejamento e cuidado

O advogado empresarial e fundador do escritório MV Assessoria Jurídica, Matheus Valério, lembra que os aluguéis de imóveis para temporada de verão e fim de ano ficam mais caros com a proximidade de dezembro.

“Os aluguéis dos bons imóveis normalmente são fechados até o meio do ano. Quem deixa para depois acaba pagando um preço muito inflacionado”, diz. “Ao buscar uma locação com antecedência, um apartamento no litoral norte de dois dormitórios tem diária com preço entre R$ 1.500 a R$ 1.800. Quem deixou para o fim de dezembro pode pagar o dobro disso.”

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A planejadora financeira da Planejar, Paula Bazzo, alerta que algumas medidas simples podem ajudar a evitar cair em golpes no fim de ano e conseguir um bom lugar para passar as festas.

“É preciso ter cuidado com promessas milagrosas, com os anúncios com valores divergentes da região. Outro ponto é usar um intermediador, como plataforma digital ou corretora de imóveis, o que ajuda a evitar golpes. Mesmo no caso de locação direto com o proprietário, é sempre bom ter um contrato de locação temporária, descrevendo as condições dos imóveis e de reserva e cancelamento. Vale também avaliar a segurança do bairro, pedir fotos recentes do imóvel e, se possível, visitá-lo antes de fechar o negócio”, afirma Paula.

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