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Opinião|Os impactos dos aumentos de impostos na importação de insumos químicos

Propostas de elevação tarifária devem ser revisadas com critérios técnicos, concorrenciais e econômicos adequados

Por Eduardo Leão, João Carlos da Silva, José Jorge Junior, Luciano Dias, Luiz Cornacchioni, Maurício Borges, Paulo Engler, Paulo H. Rangel Teixeira e Roberto Petrini

Foi proposto recentemente ao governo um aumento nas tarifas de importação de várias matérias-primas de base química, visando a incentivar e proteger a produção nacional. Consideramos que essa não é uma boa solução e, por isso, recomendamos o diálogo com todos os envolvidos e defendemos que essa proposta seja avaliada com muito cuidado.

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O Brasil carece de produção qualificada e suficiente de muitos insumos químicos essenciais, o que leva à necessidade de importação de matérias-primas para a fabricação, no País, de inúmeros produtos, muitos dos quais incluídos na cesta básica ou utilizados na construção civil e em outras atividades essenciais.

As importações são necessárias para termos acesso a insumos de alta qualidade e tecnologia avançada, muitas vezes não disponíveis localmente, cumprindo também papel vital na sofisticação da produção nacional e na ampliação da nossa inserção internacional.

Com a elevação das tarifas, os custos dessas matérias-primas aumentam, o que pode gerar um efeito cascata em diversos setores, resultando em preços mais altos e menor atratividade para investidores. A qualidade dos produtos pode ser prejudicada, afetando a satisfação dos consumidores e a sua confiança nos produtos nacionais.

Importação é um caminho importante para a indústria química nacional ter acesso a insumos de qualidade Foto: Daniel Teixeira / AE

Neste momento, precisamos de instrumentos de política industrial que não impactem de forma negativa as importações, e sim que estimulem a inovação e o desenvolvimento da indústria doméstica. Entre eles, incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento, parcerias público-privadas com foco em investimentos em infraestrutura, capacitação tecnológica e programas de apoio à exportação.

Propostas de elevação tarifária devem ser revisadas com critérios técnicos, concorrenciais e econômicos adequados. Preferencialmente, devem ser rejeitadas em favor de políticas que promovam a inovação e a competitividade da indústria, combatendo efetivamente os danos ao mercado e à livre concorrência. É preciso lembrar que, com a justificativa de proteger o setor químico nacional, se pode prejudicar inúmeras indústrias, que fabricam produtos tão variados como argamassas, brinquedos, colchões, cremes hidratantes, defensivos agrícolas, detergentes, embalagens de aço, geladeiras, inseticidas, máquinas de lavar, não tecidos, perfumes, produtos plásticos, revestimentos cerâmicos, tintas, ventiladores, entre muitos outros.

Opinião por Eduardo Leão

presidente da CropLife Brasil

João Carlos da Silva

presidente executivo da Abihpec

José Jorge Junior

presidente executivo da Eletros

Luciano Dias

presidente da Abicol

Luiz Cornacchioni

presidente executivo da Abrafati

Maurício Borges

presidente da Anfacer

Paulo Engler

diretor-executivo da Abipla

Paulo H. Rangel Teixeira

presidente executivo da Abiplast

Roberto Petrini

presidente executivo do Sinaprocim/Sinprocim e do Instituto Construbusiness

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