Imprensa européia defende reestruturação da dívida e ajuda do FMI ao Brasil

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Por Agencia Estado
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A imprensa européia deu grande destaque hoje à crise na economia brasileira, defendendo uma reestruturação da dívida e as negociações do Brasil com o FMI. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, o analista Walter Molano, do BCP Securities em Nova York, disse que o Brasil deveria reestrutrar a dívida externa imediatamente. "O governo de Cardoso deveria se mover para o próximo passo e começar a reestruturar a dívida", disse. "O mercado já sabe que o resultado final é inevitável." Segundo o FT, o Brasil ainda não quebrou, mas as possibilidades de isso acontecer continuam elevadas. "Pelo fato de o governo ter implementado reformas com disciplina, um colapso econômico poderia ser devastador para a causa das políticas econômicas pró-mercado na região", disse o jornal. "Mas nem a incerteza política doméstica ou a aversão ao risco dos investidores estrangeiros parecem que desaparecerão logo." The Economist A revista britânica The Economist defendeu, em editorial, uma ajuda do Fundo ao Brasil e exortou os candidatos à Presidência da República a manifestarem apoio a medidas econômicas "responsáveis". Segundo a revista, um eventual colapso da economia brasileira teria sérias implicações para toda a América Latina, que poderia enfrentar uma nova "década perdida", como a que ocorreu após a moratória do México em 1982. A revista criticou o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O´Neill, pelas declarações no domingo sobre uma ajuda financeria ao Brasil. "Se O´Neill tivesse se dado ao trabalho de se informar, ele teria descoberto que o Brasil tem cumprido rigorosamente com os acordos que negociou com o FMI desde 1999. E que boa parte do dinheiro que está saindo do País representa pagamentos de dívidas de companhias brasileiras para bancos estrangeiros que cortaram linhas de crédito que, em situações normais, seriam renovadas", disse a publicação. "O Brasil, resumindo, parece ser um candidato que merece novo apoio". A revista salientou que não causa surpresa o fato de os candidatos à Presidência estarem relutantes em se comprometer com um acordo com o FMI. "O FMI não é das instituições mais populares na América Latina", disse. Por isso, o fundo não deveria insistir que os candidatos assinem uma detalhada carta de intenções. "O que é necessário agora é a aprovação verbal dos candidatos das duas principais bases da política macroeconômica: os amplos superávit fiscais necessários para estabilizar a dívida pública e o sistema de meta inflacionária que propicia estabilidade monetária sob um regime cambial flutuante." A revista diz que esse acordo pode até não funcionar, mas a tentativa é válida. "No final das contas, quem gostaria de deixar um legado de colapso financeiro para o próximo presidente? Apenas um candidato que sabe que não vai vencer."

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