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Indústria, comércio e sindicatos querem mais cortes de juro

Texto ampliado às 21:24

Por Agência Estado
Atualização:

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considerou "tímida" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de cortar em 0,50 ponto porcentual a taxa Selic, para 10,50% ao ano. Segundo a Federação, " diante da crise financeira europeia e suas consequências globais, há espaço para uma queda ainda mais acentuada dos juros"."A crise está provocando uma queda no valor internacional das commodities e reduzindo a demanda geral por produtos. Isso gera uma menor pressão sobre os preços. Então está claro que, no Brasil, não teremos pressão da inflação e que, portanto, temos espaço para baixar os juros", diz a nota da Fiesp, assinada por seu presidente, Paulo Skaf. "Juros menores vão ajudar a produção, a geração de empregos e o desenvolvimento do nosso país."

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por sua vez, avalia que o corte veio em linha com as previsões, e concorda que há condições para cortes adicionais da Selic. "O ambiente internacional de dificuldades das economias europeias continua gerando incertezas e restrição de crédito, o que justifica a atenção do Banco Central brasileiro com a liquidez e o custo do dinheiro no país".

O presidente Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional), Fabio Arruda Mortara, concorda com esse entendimento e diz que "muito ainda precisa ser feito para resgatar a competitividade da indústria".

Comércio

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) aprovou a decisão do colegiado embora ressalve que há espaço para novos cortes.Abram Szajman, presidente da entidade, lembra que juros menores também contribuem para um ajuste fiscal do governo, necessário para que o Brasil possa elevar a taxa de crescimento em 2012.

Já o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato, avalia que a redução de hoje contribuirá para "evitar uma desaceleração mais forte" da economia brasileira. Para ele, a decisão se justifica "pela continuidade do cenário externo de incerteza, sobretudo, na zona do euro".

Sindicatos

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A direção nacional da Força Sindical também considerou a redução de 0,50 ponto porcentual"tímida e insuficiente" para estimular o setor produtivo

Em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a Força diz que "o Copom perdeu uma ótima oportunidade, neste início de ano, de sinalizar positivamente para o setor produtivo, gerador de emprego e renda, sobre a importância de a economia ser estimulada"

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também considerou "insuficiente" o corte para 10,50% ao ano. "Apesar da redução, o país ainda mantém o posto de campeão dos juros altos. Enquanto a Europa e os Estados Unidos vivem o agravamento da crise, a saída para o Brasil é o fortalecimento da produção e do mercado interno e o Estado deve comandar este processo induzindo o desenvolvimento com corte drástico dos juros e ampliação das políticas públicas", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT

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