RIO - A indústria do estado de São Paulo já coleciona três meses seguidos de retração, período em que amargou uma perda de 4,7% na produção. Na passagem de janeiro para fevereiro, o parque fabril paulista encolheu 0,7%, após já ter recuado nos dois meses anteriores (-0,8% em dezembro e -3,2% em janeiro). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados nesta quarta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de São Paulo, a produção industrial caiu em outros quatro dos 15 locais pesquisados em fevereiro ante janeiro: Rio Grande do Sul (-6,9%), Mato Grosso (-4,9%), Goiás (-2,5%) e Ceará (-1,9%). Na média global, a indústria nacional recuou 0,2%.
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Maior parque industrial do País, o resultado da indústria paulista deu a segunda maior contribuição negativa para a queda na produção industrial nacional em fevereiro. A principal influência sobre a média global no mês foi da redução ocorrida no Rio Grande do Sul, impactado por reduções nos setores de derivados do petróleo e de veículos, explicou Bernardo Almeida, analista da pesquisa do IBGE. A indústria gaúcha já tem uma perda acumulada de 11,2% nos dois últimos meses de quedas.
Em São Paulo, a retração em fevereiro foi puxada pela indústria local de alimentos, afetada pelo embargo chinês às exportações de carne brasileira. “O setor de outros químicos também teve impacto (negativo)”, completou Almeida.
A indústria paulista operava em fevereiro em patamar 24,6% abaixo do pico alcançado em março de 2011. Na comparação com fevereiro de 2022, a produção caiu 4,5% em fevereiro de 2023, com retração em 12 das 19 atividades pesquisadas no estado. As perdas mais relevantes ocorreram em derivados de petróleo, equipamentos de informática (especialmente telefones celulares e computadores pessoais portáteis) e máquinas e equipamentos.
Em fevereiro, apenas sete dos 15 parques industriais do País operavam em nível superior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. Na média nacional, a indústria brasileira funcionava 2,6% aquém do patamar pré-crise sanitária. Em São Paulo, a produção estava 2,9% abaixo do pré-pandemia. Os demais locais com nível de produção aquém do pré-covid foram Pernambuco (-7,6%), Rio Grande do Sul (-8,9%), Espírito Santo (-12,0%), Ceará (-17,1%), Pará (-18,5%), Nordeste (-19,1%) e Bahia (-24,5%).
Os parques industriais que superaram o pré-covid foram Minas Gerais (9,7% acima do pré-pandemia), Amazonas (6,4%), Rio de Janeiro (3,7%), Mato Grosso (2,6%), Goiás (2,4%), Santa Catarina (0,4%) e Paraná (0,1%).
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