A China registrou sua primeira deflação em mais de dois anos, mostram índices divulgados nesta quarta-feira, 9. O índice de preços ao consumidor (CPI), principal indicador da inflação chinesa, entrou em território negativo ao cair 0,3% na comparação anual em julho.
Os dados ficaram um pouco acima do esperado por analistas, cuja previsão mais difundida era de queda de 0,4% em relação aos preços de um ano atrás.
O estatístico do governo Dong Lijuan afirmou que a queda é uma questão temporária. “Com a recuperação da economia chinesa, a expansão sustentada da demanda do mercado, a melhoria contínua da relação entre oferta e demanda e a eliminação gradual dos efeitos da alta base comparativa do ano passado, espera-se que o índice se recupere gradualmente.”
De fato, a comparação mensal dos preços ao consumidor, que vinha sendo negativa havia cinco meses consecutivos, acelerou em julho para 0,2%, surpreendendo os analistas, que esperavam uma nova queda, desta vez de 0,1%.
Julian Evans-Pritchard, da consultoria britânica Capital Economics, diz que a queda anual de julho se deve a uma queda na inflação de alimentos devido à alta base comparativa pelo aumento significativo dos preços da carne suína no ano passado.
O especialista afirma que o núcleo da inflação - indicador que elimina a volatilidade dos preços de alimentos ou energia - subiu 0,8% na comparação anual, seu pico desde janeiro, e que os preços dos serviços atingiram o máximo dos últimos 17 meses ao subir 1,2%. “Estamos céticos sobre (a possibilidade de) a China entrar em um período prolongado de deflação”, indicou Evans-Pritchard.
Inflação ao produtor
Também foi divulgado o índice de inflação ao produtor (PPI), que mede os preços industriais e que registrou queda na comparação anual de 4,4% em julho, um ponto a menos do que o registrado no mês anterior.
A Capital Economics atribui a evolução do PPI à volatilidade dos preços das matérias-primas, desta vez devido à subida do custo do petróleo e gás. / EFE
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