Os preços ao consumidor nos Estados Unidos, excluindo alimentos e combustíveis, registraram apenas um leve aumento em julho, o que torna mais provável que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mantenha sua pausa no aumento dos juros básicos. O Departamento do Trabalho informou nesta quarta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi de 0,4% nos Estados Unidos em julho. O núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e combustíveis, ficou em 0,2%. O aumento do núcleo do IPC foi o menor desde fevereiro. Na terça-feira, outra informação dada pelo governo apontou uma diminuição do ímpeto da inflação em julho. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) foi de 0,1%, e seu núcleo registrou a primeira queda desde outubro. O núcleo do IPP, que exclui os preços de alimentos e combustíveis, os mais voláteis, foi 0,3% negativo. Os mercados de valores reagiram à notícia com alta. Os investidores consideram que os dados sobre a moderação da inflação aumentam as chances de o Fed não aumentar a taxa básica de juros no resto do ano. Na semana passada, a autoridade monetária americana fez uma pausa na política de ajustes monetários graduais que começara a aplicar em junho de 2004, com a qual os juros básicos dos EUA foram elevados de 1% para os atuais 5,25%. A próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, organismo do banco central americano responsável pela política monetária, acontecerá no dia 20 de setembro. Depois da reunião de 8 de agosto, o comitê afirmou que a inflação era "elevada" e continuava sendo um risco. "No entanto, parece provável que as pressões de inflação sejam moderadas com o tempo, como reflexo da contenção das expectativas de inflação e dos efeitos acumulados das ações de política monetária, bem como de outros fatores que restringem a demanda agregada", disse o Fed no comunicado. Traduzindo o economês, isso significa que o Federal Reserve acredita que os seguidos aumentos da taxa básica de juros durante dois anos e a alta dos preços da energia provocaram uma moderação da despesa dos consumidores, diminuindo o risco representado pela inflação. O IPC é a medição mais ampla dos preços de bens e serviços feita pelo governo. Quase 60% do IPC cobre os preços que os consumidores pagam por serviços que vão das consultas médicas aos ingressos de cinema e passagens aéreas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.