Investimento em startups é de alto risco

Com cautela, pessoas físicas podem obter retornos elevados

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Por Redação

Com potencial de crescimento bem acima da meta, as ExOs (empresas de gestão exponencial) são um chamariz para investidores de olho em ideias disruptivas. Nessa onda, o retorno pode ser alto, mas é necessário cautela e a dica de especialistas é alocar parte dos recursos nesses ativos, sempre usando a diversificação como aliada dos seus investimentos.

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Samuel Cunha, economista e sócio da H3 Invest, sugere que os investimentos em empresas em estágio embrionário devem ficar entre 5% e 10% da carteira de investimentos. “É um porcentual que não faria tanta falta a longo prazo e não vai prejudicar a carteira”, ensina o especialista.

Além disso, exatamente por tratar-se de ideias inovadoras, o acesso a esse tipo de investimento é mais limitado para o investidor, afirma o especialista. “Mas faz total sentido participar e se beneficiar, principalmente com auxílio de corretoras que fazem fundos variados. O retorno varia, mas pode chegar a 100% do investimento.”

Algumas plataformas que investem em startup podem adquirir uma cota em fundo ou até mesmo na empresa, segundo Cunha. “Os Estados Unidos têm um estágio mais avançado do que o que temos aqui. Lá, pessoa física consegue acessar com mais facilidade, mas é um caminho que estamos surfando aqui e deve se tornar mais pujante e mais fácil.”

Para avaliar o risco do investimento, o economista defende que os investidores avaliem três pilares: identificar a viabilidade do negócio e se o planejamento foi construído de forma estruturada; quem é o gestor que está por trás da ideia e seu perfil; e se você acredita naquele produto ou serviço. Geralmente as startups exponenciais possuem dez vezes mais crescimento do que as lineares, pois elas não demandam alta quantidade de ativos e colaboradores para atingir uma grande parte do mercado. Esse crescimento se reflete no retorno ao investidor.

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Igor Romeiro, sócio-fundador da Efund Investimentos, plataforma de equity crowdfunding, avalia que é preciso prestar atenção: se o lucro é alto, o risco também é. Aportar grande parte de seus investimentos nesse grupo de empresas não seria o cenário ideal. “Como o investimento em startups é classificado como alto risco, uma estratégia é a diversificação dos ativos e a pulverização do investimento em várias startups. Caso uma startup não dê certo, outras darão e o retorno será mais alto do que o valor perdido, compensando o investimento”, ensina.

Daniel Toledo, consultor de negócios, destaca que o crescimento dessas empresas com gestão exponencial também pode levar mais tempo e, por isso, o investimento pode demorar um pouco mais para garantir o retorno. “A Amazon, quando começou, era uma empresa deficitária por muitos anos e que era projetada para um consumo no futuro. Era algo que não daria lucro imediato, mas as pessoas se tornaram grandes bilionárias. Inclusive, o dono [da Amazon] disputa o posto de homem mais rico do mundo.”

Apetite pelo setor alavanca empresas

A preocupação em ter um modelo de gestão que possibilite à empresa crescer de forma exponencial torna a ideia mais atraente para investidores que buscam retornos maiores. A avaliação é de Pedro de Conti, diretor da Tupinambá Energia, startup de eletromobilidade urbana, que em menos de um ano está fechando uma segunda captação.

“A empresa teve no primeiro ano de existência um faturamento acima de R$ 3 milhões, com uma projeção de crescimento de cinco vezes a receita para 2022. Não conseguiríamos manter o nível de serviço com a demanda crescente se desde o início não tivéssemos priorizado processos ágeis, metas e tudo pensado para tornar a empresa escalável e asset light (menos estrutura e mais tecnologia)”, afirma Conti. 

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Os investidores da Jive Investments também estão colhendo os frutos da gestão exponencial. O primeiro fundo flagship da empresa do setor financeiro gera uma rentabilidade de 20% ao ano e distribui 1,8 vez o capital comprometido. “O segundo fundo da Jive concluiu o seu período de investimento e tem atingido uma rentabilidade de 17% ao ano. E 26% do capital comprometido voltou aos cotistas nos primeiros meses do período de desinvestimento”, explica Marcela Bosch, diretora de RI e sócia da Jive.

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