RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,52% em dezembro, após ter avançado 0,53% em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 23. Este foi o IPCA-15 mais baixo para o mês desde 2018, quando houve uma queda de 0,16%,.o
Com o resultado de dezembro, o IPCA-15 registrou um aumento de 5,9% no acumulado do ano. O fechamento de 2022 ficou abaixo do registrado em 2021, quando o índice acumulou alta de 10,42%, mas acima do desempenho de 2020, quando houve elevação de 4,23%.
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Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em dezembro. Os maiores impactos vieram de Transportes (0,85%) e Alimentação e bebidas (0,69%), com 0,17 pontos percentuais (p.p.) e 0,15 p.p. respectivamente. A maior variação em dezembro foi no setor de Vestuário (1,16%), que acumulou alta de 18,39% no ano.
A área de Educação não registrou queda ante novembro, e o único a apresentar queda nos preços foi o setor de Artigos de residência (-0,46%).
Alta na alimentação
Os gastos das famílias com alimentação e bebidas passaram de uma alta de 0,54% em novembro para uma elevação de 0,69% em dezembro. No ano, o grupo acumulou um aumento de 11,96%.
A alimentação no domicílio subiu 0,78% em dezembro. As famílias pagaram mais pela cebola (26,18%) e pelo tomate (19,73%). Nos últimos três meses, a cebola ficou 52,74% mais cara, enquanto o tomate aumentou 49,84%. Em dezembro, houve altas de preços também no arroz (2,71%) e nas carnes (0,92%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,45% em dezembro. O lanche teve alta de 0,88%, e a refeição subiu 0,28%.
Na direção oposta, o leite longa vida recuou 6,10%, o quarto mês consecutivo de quedas, mas o produto encerrou o ano de 2022 com um aumento de 25,42%.
Núcleos indicam melhora, aponta analista
A recomposição de preços de itens relacionados à Black Friday, além da alta de alguns alimentos voláteis e preços administrados foram as surpresas altistas do IPCA-15 de dezembro, avalia o Santander Brasil. Por outro lado, os núcleos indicam que o qualitativo da inflação segue melhorando, escreve o economista Daniel Karp, em nota.
O analista destaca que as principais surpresas do índice foram concentradas em itens voláteis, pouco úteis para indicar o comportamento futuro da inflação. A desaceleração mais forte que o esperado dos serviços, por exemplo, foi puxada pelas passagens aéreas (-9,48% para 0,47%), que têm comportamento volátil.
Karp nota, no entanto, que o qualitativo da inflação continua melhorando, com desaceleração da média dos núcleos, da inflação de serviços e de bens industriais.
“As melhoras na inflação subjacente têm sido surpreendentes e estão começando a se acumular, portanto, continuamos a imaginar uma inflação atingindo rapidamente um nível entre 4,0% e 5,0%”, avalia.
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