O IPCA, índice oficial de inflação do País, terminou o ano com alta de 4,62%. Foi a primeira vez, em dois anos, que o índice ficou dentro da meta perseguida pelo Banco Central (de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto, para cima ou para baixo). Em 2021, o IPCA havia ficado em 10,06% e, em 2022, em 5,79%.
Mas a inflação é uma média ponderada de preços. Atinge cada pessoa de forma diferente, dependendo da sua cesta própria de consumo de bens e serviços. Portanto, para uma pessoa viciada em comer morango 2023 deve ter sido um ano duro. Esse foi o item com maior aumento no ano passado: 75,56%.
Em seguida nesse ranking vieram o pepino, com alta de 54,43%, e as passagens aéreas, que subiram 47,24%. Veja abaixo os itens que mais subiram, de acordo com os dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira, 11.
Na outra ponta, um item também ligado à alimentação lidera a lista dos produtos com maiores quedas de preço no ano passado. É o óleo de soja, com uma redução de 28%. “Os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023″, informou o IBGE.
A seguir nessa lista vêm a cebola (-25,32%) e o abacate (-22,71%). Dentre os vinte produtos com maiores quedas dentro do IPCA no ano passado, 18 são do grupo Alimentação e Bebidas. Veja abaixo os itens com maiores quedas no ano.
Segundo o IBGE, a safra agrícola recorde foi o que ajudou a deter a inflação de alimentos em 2023. O custo das famílias com Alimentação e Bebidas subiu 1,03% no ano, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual para a taxa de 4,62% registrada pelo IPCA. A variação desse grupo encerrou o ano com o menor resultado desde 2017, quando havia recuado 1,87%.
”Foi uma combinação de fatores. Esse ano (2023) a gente teve safras muito boas, principalmente a safra de grãos. E os preços das commodities agrícolas tiveram redução no mercado internacional. Isso contribui para uma redução nos preços de diversos alimentos, como carnes, frango”, justificou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
Almeida lembrou que a redução no preço dos grãos diminui o custo da criação de animais através da ração. Além disso, houve uma oferta maior de proteína animal no mercado doméstico, contribuindo para a queda nos preços em 2023. O custo da alimentação no domicílio caiu 0,52% em 2023. As famílias pagaram menos pelo óleo de soja (queda de 28,00% e impacto de -0,09 ponto porcentual para o IPCA de 2023), frango em pedaços (-10,12% e -0,07 p.p.) e carnes (-9,37% e -0,27 p.p.).
A alimentação fora do domicílio subiu 5,31% em 2023: a refeição teve aumento de 4,34%, e o lanche avançou 7,24%.
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