O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que está descartada a manutenção das atuais alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) para os automóveis. O imposto vai subir gradativamente a partir de janeiro, até retornar aos níveis pré-crise. "Não haverá volta atrás na questão do IPI. Ele vai subir mesmo", afirmou Mantega, que não especificou de quanto seria o aumento nos primeiros meses.Segundo o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, o aumento do IPI preocupa a entidade porque a alta dos preços pode significar redução das vendas. O setor afirma ter gerado, com IPI reduzido, mais de 10 mil empregos diretos entre maio de 2012 e novembro de 2013. O presidente da Anfavea disse, entretanto, que o setor terá um bom desempenho em 2014 e as perspectivas serão divulgadas em janeiro. "Temos preocupação com aumento de custos e viemos dizer ao governo que há crescimento de custos de maneira acentuada", disse Moan.Ele citou o aumento do custo da mão de obra como um dos maiores, além do crescimento do gasto com matérias-primas. "Por isso viemos propor programa de aumento da exportação. Se conseguirmos voltar a exportar, significa que conseguimos voltar a ser competitivos", afirmou.Autopeças. Para reduzir custos das montadoras, o presidente da Anfavea também solicitou ao ministro que todas as autopeças que não tenham produção nacional possam ser importadas com alíquota de Imposto de Importação (II) reduzida. Em vez de 16% ou 18%, 2%. Isso valeria, segundo a proposta, até que haja produção no Brasil desses itens.O ministro afirmou que a questão da "rastreabilidade" de autopeças, prevista no regime automotivo conhecido como Inovar-Auto, vai atenuar o problema do desemprego nesse setor. "Isso vai aumentar a produção nacional e haverá compensação pela desativação de linhas antigas." Outra medida pode ser a redução do Imposto de Importação para peças sem similar nacional.
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