O Itaú Unibanco teve lucro líquido gerencial de R$ 10,675 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um resultado 18,1% superior ao observado em igual período de 2023. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o lucro do banco cresceu 6%.
O lucro veio em linha com a expectativa das dez casas (BTG Pactual, Bank of America, Bradesco BBI, Citi, Safra, JPMorgan, XP, Goldman Sachs, Genial e Santander) consultadas pelo Estadão/Prévias Broadcast, que apontava para resultado de R$ 10,397 bilhões. O resultado do banco ficou 2,7% acima da projeção.
As alavancas para os números do Itaú foram o crescimento das receitas e a queda do custo de crédito. No primeiro caso, contribuíram o maior volume de crédito do banco e maiores resultados com operações do banco de atacado. No segundo, além da melhoria da qualidade das safras, houve um impacto positivo de R$ 500 milhões no trimestre.
Embora o banco diga somente que se trata de um caso específico do atacado, o efeito provavelmente está relacionado à dívida da Americanas. Em recuperação judicial desde janeiro de 2023, a rede concluiu no trimestre a capitalização da qual participaram os bancos credores, e a recompra de parte das dívidas com desconto. O Itaú converteu parte da dívida em ações, e vendeu a outra parte à empresa.
A carteira de crédito do Itaú subiu 9,9% em um ano, para R$ 1,278 trilhão. As operações para grandes empresas foram responsáveis pelo desempenho em base anual, com alta de 14,4% entre o terceiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano.
O Itaú fechou o trimestre com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 22,7%, alta de 1,6 ponto porcentual em um ano. O banco tinha R$ 3,008 trilhões em ativos, alta de 12,3% em um ano, e o patrimônio líquido era de R$ 192,248 bilhões, número 10,5% maior.
“A evolução dos nossos resultados reflete os investimentos que realizamos nos últimos anos para nos prepararmos para o que temos chamado de Era da Experiência no setor bancário”, disse em nota o presidente do Itaú, Milton Maluhy.
De acordo com ele, com o “superapp” que começou a implementar no trimestre, o Itaú tem personalizado o atendimento aos clientes ao mesmo tempo em que oferece atendimento humanizado. “No segmento corporativo, seremos cada vez mais um banco parceiro dos nossos clientes, consultivo e regionalizado, com foco absoluto em ajudar as empresas e o Brasil a prosperarem.”
O diretor financeiro do banco, Gabriel Amado, disse que a dinâmica de crédito tem permitido ao Itaú entregar resultados consistentes e expandir negócios. “Conseguimos, em mais um trimestre, expandir nossa carteira de crédito e controlar nossos riscos”, afirmou ele.
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Na frente das receitas, o produto bancário, que soma as margens com juros e as receitas com serviços, foi de R$ 42,694 bilhões, um crescimento de 8% em um ano, e de 2,1% em três meses.
A margem financeira subiu 8,5% em um ano, para R$ 28,512 bilhões. A margem com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, teve alta de 7,4%, para R$ 27,455 bilhões.
Na tesouraria, o resultado foi de R$ 1,056 bilhão, alta de 47,7% em um ano. Além de contabilizar as exposições do Itaú ao mercado brasileiro, o que inclui os juros, a tesouraria do banco também inclui a proteção cambial que o banco faz para o capital que possui nas operações na América Latina.
A receita com serviços teve alta de 5% no mesmo período, para R$ 11,228 bilhões.
A carteira de crédito
A carteira de crédito do Itaú Unibanco encerrou o terceiro trimestre deste ano com R$ 1,278 trilhão em operações, um crescimento de 9,9% em 12 meses. Ante o segundo trimestre, houve alta de 1,9%. Os números consideram o impacto da variação cambial sobre o portfólio.
O maior crescimento foi na carteira destinada a grandes empresas, que teve alta de 14,4% em um ano e chegou a R$ 411,2 bilhões. A carteira de micro, pequenas e médias empresas teve crescimento de 12,3% no mesmo período, para R$ 206,3 bilhões.
No segmento de pessoas jurídicas no Brasil, os maiores crescimentos foram nas carteiras de repasses do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com alta de 23,3%, para R$ 14,9 bilhões; e de financiamento à exportação ou importação, que cresceu 22,4%, para R$ 86,9 bilhões.
A carteira destinada a pessoas físicas cresceu 4,8% em um ano, para R$ 428,1 bilhões. O desempenho foi sustentado pelas operações de financiamento de veículos, com alta de 9,5%, para R$ 35,9 bilhões, e de crédito pessoal, que subiram 8,2%, para R$ 65,2 bilhões.
No cartão de crédito, que responde pela maior parte do crédito para pessoas físicas, a carteira teve alta de 4,3%, para R$ 133,2 bilhões. A alta foi maior nos segmentos Uniclass e Personnalité, que atendem aos clientes de média e alta renda, segundo o banco.
A taxa média ajustada ao risco das operações foi de 6,0%, o que representa um avanço de 0,3 ponto porcentual em um trimestre.
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