Irmãos Wesley e Joesley Batista voltam ao conselho de administração da JBS

Eles estavam afastados de seus cargos na empresa desde 2017, após a delação premiada envolvendo o ex-presidente Michel Temer

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Atualização:

A JBS anunciou, em comunicado ao mercado, a nomeação dos irmãos Wesley e Joesley Batista para o seu conselho de administração. Como os retornos deles representam adições, o número de membros do conselho aumentará para 11, com maioria independente (7 a 4).

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Wesley e Joesley Batista são sócios na J&F, holding que tem o controle da JBS. Eles começaram suas jornadas profissionais na empresa aos 17 e 16 anos, respectivamente, liderando sua expansão global. Porém, se afastaram dos seus cargos na empresa em 2017, após fecharem um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República.

Na delação, os empresários admitiram o envolvimento do grupo em atos de corrupção e pagamento de propina, no âmbito das investigações conduzidas pela Operação Lava Jato. A delação quase derrubou o presidente da República à época, Michel Temer, por conta de uma gravação feita por Joesley na qual o presidente aparentemente dava seu aval à compra do silêncio de potenciais delatores de casos de corrupção, como o deputado cassado Eduardo Cunha. Posteriormente, Temer acabaria absolvido da acusação.

Temer foi gravado dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado.

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O movimento de reabilitação pública e volta aos holofotes dos irmãos já havia sido sinalizado em fevereiro, quando eles foram nomeados membros do conselho de administração da Pilgrim’s Pride, companhia norte-americana de carne de frango que faz parte do grupo da JBS.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram absolvidos em 2023 pela CVM de três acusações de insider trading (uso de informação privilegiada em negociações) Foto: Paulo Giandalia e Werther Santana/Estadão

No fim de outubro de 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu os empresários de três acusações de insider trading (uso de informação privilegiada em negociações). O processo instaurado pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM acusava os dois empresários de votarem na aprovação das próprias contas, em 2017.

Wesley Batista, de 53 anos, foi CEO global da JBS por seis anos. Nessa posição, liderou a entrada da empresa no setor de carne de frango e a expansão com as aquisições da XL Foods (Canadá), Seara (Brasil), Cargill Pork (Estados Unidos), Primo (Austrália) e Moy Park (Reino Unido). Antes, atuou como presidente de operações de carne bovina da JBS no Brasil e na Argentina. Ele também presidiu a JBS USA.

Joesley Batista, de 52 anos, começou a trabalhar como gerente da Flora Higiene e Cosméticos. Após comandar a área de frigoríficos da Friboi em Goiás, assumiu a área financeira da empresa. Atuou na expansão da companhia com a aquisição de ativos como a Swift dos EUA, em 2007, quando assumiu a presidência da JBS.

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A JBS teve prejuízo de R$ 1,061 bilhão em 2023, tendo revertido o lucro de R$ 15,5 bilhões do ano anterior. A empresa informou que a receita líquida no ano passado foi de R$ 363,8 bilhões, queda de 2,9% ante 2022. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 17,1 bilhões, perda de 50,4%, com margem de 4,7% (queda de 4,5 pontos porcentuais).

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