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Professor da FEA-USP e membro da Academia Paulista de Letras, José Pastore escreve mensalmente

Opinião | Geração de emprego deve permanecer alta em 2024

Apesar das justificadas preocupações, acho provável a geração de cerca de 1,2 milhão de novos empregos

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Os analistas da macroeconomia continuam preocupados com o desequilíbrio fiscal; o impacto negativo do El Niño na próxima safra; as crises imobiliárias; e as guerras no exterior. Internamente, com a troca no comando do Banco Central; a desconfiança dos investidores em razão da interferência do governo na Vale e Eletrobras; a retomada de invasões de terra; e os ataques à reforma trabalhista. A maioria estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1,5% e 2,0% em 2024.

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Apesar dessas previsões, acredito haver razões para esperar um quadro bem razoável no campo do emprego. Exemplifico.

1 – O governo federal está contratando novos servidores por meio de concursos públicos e aumentando os salários dos atuais, o que, no curto prazo, beneficia consumo e emprego.

2 – A continuidade do Programa Desenrola leva muitos consumidores a recuperar seu crédito, impulsionando vendas e emprego.

Boas notícias significam que mercado de trabalho deve permanecer aquecido em 2024 Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

3 – A reformulação do Minha Casa, Minha Vida pode estimular o setor da construção civil a repetir o bom desempenho de 2023, gerando empregos.

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4 – As eleições municipais sempre aquecem as atividades. Governadores e prefeitos aceleram obras, sustentando empregos. As campanhas eleitorais animam o setor de serviços.

5 – Apesar das ameaças do El Niño, o agro continuará pujante, gerando empregos indiretos na indústria, comércio, armazenagem, logística e serviços.

6 – O setor de mineração deve responder bem à demanda mundial por minério, em especial, os voltados para a transição energética – lítio, cobre, níquel, cobalto e nióbio –, o que gera postos de trabalho em logística, transporte, comércio e serviços.

7 – Os programas de transferência de renda dos governos federal, estaduais e municipais ajudarão a manter o poder de compra de muitas famílias pobres. Em 17 Estados do Brasil, o número dos que vivem de transferências é superior ao dos que vivem de renda do trabalho.

8 – Os setores do turismo e entretenimento, que foram muito afetados pela pandemia de covid, estão normalizando, com uma intensificação de viagens e ocupação de hotéis e restaurantes, e também das atividades culturais e esportivas que geram empregos diretos e indiretos.

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Em conclusão, apesar das justificadas preocupações, acho provável a geração de cerca de 1,2 milhão de novos empregos formais até o fim do ano, com desemprego ao redor dos 7%. É um país surpreendente.

Opinião por José Pastore

Professor da FEA-USP, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP. É membro da Academia Paulista de Letras

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