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Governo não tem força no Congresso para rever reformas, diz Mendonça de Barros

Para economista, o que está por trás da resiliência no mercado de trabalho é exatamente a reforma trabalhista

São Paulo - O economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, disse nesta segunda-feira, 28, que o governo não vai conseguir rever as reformas estruturais feitas em gestões anteriores, como a trabalhista e as que envolvem o Banco Central.

“Não vai ter volta atrás nas reformas, por mais que o governo atual queira fazer. Porque o governo não tem força no Congresso. Quando olho notícia da volta do imposto sindical, nem leio porque não é relevante”, disse, em participação no Warren Institutional Day, em São Paulo.

A terceira reforma a se consolidar é a independência do BC, diz economista  Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Porém, a avaliação dele é que o Executivo está forte do ponto de vista econômico. No ajuste fiscal, ele destacou que, no plano federativo, vários Estados melhoraram a gestão das contas, levando o Tesouro até a melhorar algumas notas. “Ficou para trás ideia de que quem faz gestão irresponsável é reeleito”, disse, citando o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, segundo o qual “cuidar das contas é cuidar das pessoas”. “Não tem mais espaço para politicas populistas”, disse Mendonça de Barros.

Em relação à reforma trabalhista, ele ressalta que é o que está por trás da resiliência do mercado de trabalho. Avalia que a população jovem não mais vê o Estado como salvador e não tem como sonho ser funcionário público. “Querem mesmo é empreender”, disse. E emendou que a mudança na dinâmica geracional vai exigir uma nova reforma da Previdência.

“A terceira reforma a se consolidar é a independência do BC”, disse. “É demonstração importante para quem olha o Brasil de fora. Subestimamos a forma como o agente lá fora olha o Brasil”, disse. Destacou ainda a regulação feita pelo BC. “O Pix não é só ganho de produtividade. É ganho na qualidade de vida”, observou.

Agora, resta saber como ficará a reforma tributária que, para o economista, se aprovada, será um “turning point” para o País.

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