Bancos centrais ‘erraram 100%’ das últimas previsões financeiras, diz CEO do JPMorgan

Em evento na Arábia Saudita, empresário ainda sugeriu humildade às instituições financeiras para as previsões do próximo ano

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Por Redação

O empresário Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, criticou os bancos centrais por previsões “100% erradas” nos últimos 18 meses e sugeriu humildade às instituições financeiras em relação às perspectivas sobre a economia para o próximo ano. Dimon fez suas declarações durante um painel do Future Investment Initiative, em Riad, na Arábia Saudita, na terça-feira, 24.

Jamie Dimon, CEO do JP Morgan Foto: Jeenah Moon/Reuters

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“Eu quero destacar que os bancos centrais há 18 meses estavam 100% errados. Então talvez, humildade em relação às previsões financeiras. Eu seria bastante cauteloso sobre o que pode acontecer a seguir”, disse Dimon. O comentário do executivo se refere à previsões como as perspectivas da Fed, o banco central dos EUA, em 2021 e início de 2022, quando afirmaram que o aumento da inflação seria apenas transitório.

O CEO da instituição financeira ainda demonstrou hesitação sobre a capacidade de gestão dos governos e das instituições financeiras de lidarem com o cenário econômico atual. “Os gastos fiscais, estou falando dos Estados Unidos, mas isso é verdade em quase todo o mundo, são mais altos do que nunca em tempos de paz, de longe, com os níveis de dívida mais altos que já tivemos por parte do governo. Existe um sentimento de que os bancos centrais e governos podem gerir tudo isso. Eu sou cauteloso”, afirmou.

O veterano de Wall Street alertou para que o mercado “esteja preparado” caso a curva de juros suba 100 pontos base, comparando o cenário com os Estados Unidos na década de 1970, uma das crises econômicas mais graves do país. “Eu acho que se toda a curva subir 100 pontos base, você sabe, eu estaria preparado para isso. Não sei se isso vai acontecer, mas olho para o que estamos vendo hoje e estamos como nos anos 70, gastando muito. Muito disso será desperdiçado.”

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