Juro do rotativo do cartão de crédito cai 10,6 pontos porcentuais e fica em 434,4% em novembro

No caso do parcelado, taxa chegou a 195,2% ao ano no período, em comparação com o mês anterior, segundo dados do Banco Central

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BRASÍLIA - Antes da vigência do teto para as taxas da modalidade, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 10,6 pontos porcentuais (pp) de outubro para novembro, informou nesta quinta-feira, 4, o Banco Central. A taxa passou de 445,0% para 434,4% ao ano.

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No caso do parcelado, o juro passou de 195,6% para 195,2% ao ano entre outubro e novembro. Considerando o juro total do cartão de crédito, que considera operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 97,8% para 91,2%.

O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer em 3 de janeiro de 2024.

Além de um teto para os juros do rotativo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a propor aos setores envolvidos um máximo de 12 meses para o parcelado sem juros.

Rotativo do cartão é uma das modalidades de crédito com maiores juros no Brasil Foto: Thiago Teixeira/AE

A autoridade monetária também citou a hipótese de alguma limitação para a tarifa de intercâmbio no cartão de crédito, mas ambas as ideias não avançaram e devem ser discutidas novamente no futuro.

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O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse que os juros no mercado de crédito brasileiro apresentaram trajetória de queda nos últimos seis meses até novembro.

Especificamente sobre novembro, ele disse que a baixa foi puxada pelo juro do crédito livre para pessoas físicas, que passou de 42,6% em outubro para 41,8% no mês seguinte. “De forma geral, o mês de novembro teve continuidade da redução das taxas de juros”, constatou. Ele comentou ainda que a queda na taxa de juros em novembro foi capitaneada pelo “efeito saldo” das modalidades.

Segundo Rocha, dois terços da alta do crédito livre para pessoa física em novembro foram vistos no segmento cartão de crédito. Ele destacou que, de forma geral, financiamentos a pessoas físicas têm sido mais dinâmicos do que os empréstimos para pessoa jurídica.

Além do crédito obtido diretamente com o lojista, os consumidores têm usado muito o cartão como forma de pagamento, tanto via modalidade à vista, no rotativo ou no parcelado, afirmou.

Ao olhar o saldo das três modalidades do cartão de crédito, ele destacou que houve uma expansão de R$ 14,7 bilhões em novembro, mais de dois terços do crescimento do crédito total do saldo do crédito livre para pessoa física, de pouco mais R$ 21 bilhões. Ele destacou ainda que, do crescimento de R$ 14,7 bilhões em cartões, R$ 13,7 bilhões foram identificados na modalidade de pagamento com cartão à vista.

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