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Juro do rotativo do cartão de crédito sobe para 447,7% ao ano em abril, maior patamar desde 2017

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito registrou alta em abril, segundo o Banco Central

Foto do author Thaís Barcellos
Por Thaís Barcellos (Broadcast) e Fernanda Trisotto
Atualização:

BRASÍLIA – Mesmo após o fim do ciclo de alta da Selic, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 14,4 pontos porcentuais de março para abril, informou o Banco Central nesta terça-feira, 30. A taxa passou de 433,3% (dado revisado) para 447,7% ao ano, o maior patamar desde março de 2017. O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 193,2% (dado revisado) para 200,7% ao ano, o maior valor da série disponibilizada pelo BC, iniciada em março de 2011. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 102,4% (dado revisado) para 104,8%.

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito registrou alta em abril, segundo o Banco Central Foto: Werther Santana/Estadão

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, formalizaram a criação de um grupo de trabalho com o BC para debater as causas e propor soluções para os juros elevados do cartão de crédito. Segundo apurou o Estadão/ Broadcast, uma das opções na mesa é acabar de vez com a modalidade.

Endividamento

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Na mira do governo federal, o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro caiu pelo quinto mês consecutivo e fechou março em 48,5%, ligeiramente abaixo do porcentual de fevereiro (48,6%).

Apesar da queda nos últimos meses, o endividamento das famílias ainda está próximo do recorde da série histórica do Banco Central, de julho do ano passado (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,7% em março, contra 30,8% no mês anterior.

Já o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) subiu em março, para 27,7%, contra 27,4% no mês anterior. O porcentual de março fica muito próximo do maior valor da série, de setembro de 2022 (27,8%). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 25,6% em março, ante 25,4% em fevereiro.

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