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Justiça determina sigilo sobre e-mails de executivos da Americanas em ação do Bradesco

Banco pediu a apreensão de e-mails de ex e atuais executivos e conselheiros da varejista nos últimos dez anos para tentar encontrar os ‘responsáveis’ pelo rombo contábil

Foto do author Matheus Piovesana

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) atendeu a pedido da Americanas e colocou sob sigilo os e-mails de executivos da companhia que vierem a ser apreendidos em ação de produção antecipada de provas protocolada pelo Bradesco. Além disso, a Justiça paulista permitiu o compartilhamento das mensagens com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que abriu procedimentos para investigar o rombo contábil de R$ 20 bilhões da companhia.

A Americanas pediu ao TJ que os documentos fiquem sob sigilo até que haja uma triagem pelos peritos nomeados pelo Tribunal. “O teor dos documentos a serem apresentados pelo Grupo Americanas tem caráter sigiloso, contendo não só informações sobre negócios, mas também sobre a vida privada das pessoas atingidas”, afirmou a defesa da varejista.

Unidade da Americanas, que entrou em recuperação judicial após rombo bilionário. Foto: Rodolfo Buhrer/Fotoarena Foto: Rodolfo Buhrer/Fotoarena

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O sigilo valerá apenas para os e-mails, documentos e demais dados que forem apreendidos até que o perito nomeado faça uma triagem do material. Este é outro ponto em que há um imbróglio. A perita Patrícia Punder, que havia sido designada pelo TJ, renunciou à função por uma “divergência sobre honorários”.

O nome de quem a substituirá ainda não foi definido. Em paralelo, a juíza Andréa Galhardo Palma nomeou a Kroll Associates para substituir a Deloitte na perícia das provas. Ontem, a Deloitte alegou conflito de interesse para renunciar à indicação, que viera em substituição à EY, desqualificada por ter sido contratada pela Americanas para assessorar o comitê independente que também investiga as questões contábeis da companhia.

A ação do Bradesco pediu a apreensão de e-mails de ex e atuais executivos e conselheiros da Americanas nos últimos dez anos, para tentar encontrar, segundo a defesa do banco, os responsáveis pelo rombo contábil de R$ 20 bilhões revelado em janeiro e que levou a empresa à recuperação judicial. O pedido do banco foi aceito.

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