Há bem pouco tempo aprendi sobre o termo liderança precarizada. Se refere à situação em que os líderes se encontram em condições instáveis, incertas e precárias em seus cargos. Esses líderes muitas vezes lidam com altas demandas, pressões excessivas, falta de recursos adequados e uma sensação de insegurança em relação à sua posição. Os bordões são vários: fazer mais com menos; se vira nos 30... E a corda muitas vezes arrebenta do lado do líder, que se vê frustrado, estressado, e mal avaliado. E atenção mulheres! somos mais propensas a nos encontrar nessa situação!
Esses líderes podem ser encontrados em diferentes níveis hierárquicos, desde supervisores e gerentes até executivos de alto escalão. Eles enfrentam desafios únicos, como a necessidade de tomar decisões difíceis em condições adversas, lidar com conflitos internos e externos, e manter a motivação da equipe mesmo diante de incertezas.
A essa natura a pergunta que surge é: Mas o que faz com que as pessoas aceitem essas situações? Pode ser necessidade de manter o emprego - não se vê na posição de recusar, mesmo sabendo que as chances de sucesso são pífias e que provavelmente pode custar seu emprego mais adiante. Às vezes é paixão por um projeto ou tema - inclusão, diversidade, ESG, ou um projeto muito querido. Sabe aquele tema importante, mas cuja prioridade fica ambígua? Algumas vezes a posição é vendida como uma oportunidade para a carreira da pessoa - só que não!
Alguns sinais de liderança precarizada incluem altos níveis de estresse e ansiedade, dificuldade em tomar decisões, isolamento social, queda no desempenho e na produtividade, entre outros. É importante que os líderes e suas organizações estejam atentos a esses sinais e busquem ajuda quando necessário.
Para navegar por esse ambiente desafiador, o líder precarizado deve priorizar o autocuidado, buscar apoio de colegas e mentores, desenvolver habilidades de resiliência e adaptação, e comunicar de forma transparente e aberta com sua equipe e superiores. Além disso, é essencial que o líder busque o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, estabelecendo limites saudáveis e praticando a empatia consigo mesmo.
Em resumo, a liderança precarizada é um cenário complexo e desafiador que requer atenção e suporte tanto por parte do líder quanto da organização. Ao identificar os sinais, adotar medidas preventivas e promover uma cultura de apoio e desenvolvimento, as empresas podem ajudar a criar um ambiente mais saudável e sustentável para seus líderes enfrentarem os desafios do dia a dia.
Aqui estão algumas perguntas que uma pessoa pode se fazer para entender se estará entrando numa posição de líder precarizada:
- Quais são as expectativas e demandas do cargo de liderança que estou prestes a assumir?
- A empresa oferece suporte e recursos adequados para que eu possa desempenhar minhas funções de liderança de forma eficaz?
- Como é a cultura organizacional da empresa em relação à gestão do tempo, balanceamento entre trabalho e vida pessoal e valorização do bem-estar dos líderes?
- Existe um plano de desenvolvimento e capacitação para os líderes na empresa? Como será o meu processo de integração e treinamento?
- Quais são os desafios e pressões específicas que os líderes neste cargo costumam enfrentar? Estou preparado(a) para lidar com essas situações?
- Como é a comunicação e o apoio por parte dos superiores e da equipe de trabalho? Serei capaz de contar com o suporte necessário?
- Qual é a minha capacidade de estabelecer limites saudáveis entre trabalho e vida pessoal enquanto desempenho essa função de liderança?
- Estou ciente dos sinais de estresse, ansiedade ou sobrecarga que podem indicar que estou em uma situação de liderança precarizada?
- Como posso promover a minha saúde mental e bem-estar enquanto exerço essa posição de liderança?
- Estou disposto(a) a buscar ajuda e suporte, tanto dentro da empresa quanto externamente, se perceber que estou enfrentando uma situação de liderança precarizada?
Responder a essas perguntas pode ajudar a pessoa a refletir e avaliar se a posição de liderança que está prestes a assumir pode se encaixar no contexto de liderança precarizada e quais medidas preventivas ou de autocuidado podem ser adotadas.
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