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Opinião | neurdireitos

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Por Claudia Miranda Gonçalves

Agência e identidade: As neurotecnologias podem ter um impacto direto na maneira como os indivíduos se percebem, se relacionam com o mundo ao redor e tomam decisões e controlam as ações. É importante garantir que essas tecnologias respeitem e preservem a autonomia e a individualidade de cada pessoa, sem causar danos à sua identidade ou limitar ou restringir a liberdade de escolha e a capacidade de agir de forma autônoma.

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No entanto, é importante notar que as neurotecnologias podem ter impactos positivos na vida das pessoas, como no tratamento de doenças neurológicas ou na melhoria da qualidade de vida de indivíduos com deficiências. Portanto, é necessário equilibrar os desafios éticos e legais apresentados pelas neurotecnologias com seus benefícios potenciais, a fim de garantir a proteção dos direitos e da autonomia das pessoas. Essa proteção é fundamental para garantir a dignidade e autonomia das pessoas em um mundo em constante evolução tecnológica.

Igualdade.  As neurotecnologias e a IA têm o potencial de agravar as desigualdades existentes na sociedade, se não forem desenvolvidas e implementadas de forma justa e acessível a todos. 

Medidas práticas para combater o preconceito nas tecnologias já estão sendo discutidas na indústria e na academia. Essas discussões e debates públicos contínuos são necessários para moldar definições de preconceitos problemáticos e, de forma mais geral, de normalidade.

Uma das formas de contornar ou mitigar o viés seria que prováveis grupos de usuários (especialmente aqueles que já são marginalizados) participem do projeto de algoritmos e dispositivos como outra forma de garantir que os vieses sejam resolvidos desde os primeiros estágios do desenvolvimento da tecnologia.

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A história indica que a caça ao lucro geralmente supera a responsabilidade social no mundo corporativo. E mesmo que, em nível individual, a maioria dos tecnólogos se proponha a beneficiar a humanidade, eles podem se deparar com complexos dilemas éticos para os quais não estão preparados. 

Empresas e laboratórios podem implementar políticas e diretrizes claras sobre ética em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. Outro passo importante seria promover uma cultura de responsabilidade social nas empresas e laboratórios. Isso significa realizar avaliações de impacto ético e social antes de lançar novos produtos ou tecnologias. 

Por fim, é fundamental que a sociedade como um todo esteja envolvida nesse processo. Os consumidores devem ser incentivados a fazer escolhas conscientes e apoiar empresas e tecnologias éticas. Os reguladores também desempenham um papel importante ao estabelecer diretrizes e regulamentações que promovam a ética na tecnologia.

Ao adotar essas medidas, será possível criar um ambiente em que a ética seja valorizada e incorporada em todas as etapas do desenvolvimento tecnológico. Isso não apenas contribuirá para uma sociedade mais justa e inclusiva, mas também promoverá a confiança do público e a sustentabilidade das empresas e laboratórios.

Em resumo, à medida que as neurotecnologias avançam, é crucial proteger nossos direitos humanos básicos. Isso garantirá a dignidade, autonomia e liberdade das pessoas em um contexto de rápido desenvolvimento tecnológico.

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Opinião por Claudia Miranda Gonçalves
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