Quem nunca recebeu um feedback indicando a necessidade de aprimorar suas habilidades de liderança? Comentários como "você precisa inspirar mais as pessoas" ou "você precisa ser mais assertivo" frequentemente nos instigam a refletir sobre a imagem que transmitimos como líderes. Em muitos casos, as pressões externas nos levam a nos transformar em artistas, desempenhando um papel pré-estabelecido, ao invés de nos concentrarmos no cerne do que significa ser um líder genuíno.
A metáfora dos barcos na liderança ilustra perfeitamente essa dualidade. Enquanto o barco líder, à frente quebrando o gelo e guiando os demais, desempenha um papel único e crucial, todos os barcos, estruturalmente, são semelhantes. A liderança, assim como a posição de um barco na formação, está mais ligada às ações tomadas do que às características individuais.
Recentemente, tive uma sessão em que uma cliente afirmou que não gostava de assumir cargos de liderança. No entanto, tudo que ela dizia e seu comportamento indicavam justamente o oposto. Ficou claro durante a nossa conversa que ela não queria apenas projetar uma imagem; o que ela realmente queria era se aprofundar e analisar as questões do negócio, porém o teatro corporativo a afugenta! Nesse contexto, me deparei com um texto da Kathy Allen que aborda esse tópico específico, ESTILO versus SUBSTÂNCIA na liderança. Resumindo um pouco do que o texto diz:
Por outro lado, os líderes comprometidos com uma abordagem de substância concentram-se no propósito maior da organização. Identificam as raízes dos problemas, controlam seus egos, e trabalham incansavelmente para promover a evolução organizacional de maneira autêntica. Entretanto, é válido ressaltar que muitos líderes que priorizam o estilo podem sentir-se pressionados a agir dessa forma, temendo não obter reconhecimento de outra maneira. Todos, incluindo os líderes, anseiam por pertencimento como uma necessidade básica.
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